Caraguatatuba Condições das praias

Prainha, uma das praias mais frequentada de Caraguá, sofre redução em sua faixa de areia

Tamoios News
Prainha, em Caraguá, está imprópria

A Prainha, uma das praias mais frequentadas de Caraguatatuba, vem registrando a redução de sua faixa de areia. Um fenômeno que também vem atingindo outras praias da região

Por Salim Burihan

Na Prainha, em Caraguá,  o mar avança e reduz cada vez mais o espaço de areia destinado aos banhistas. A situação vem preocupado frequentadores e, principalmente, comerciantes estabelecidos no local.

É que a redução da faixa de areia acaba restringindo o espaço dos banhistas e tem obrigado os turistas a ficarem concentrados num trecho menor de areia na praia. Nos feriados, devido a redução da faixa de areia, falta espaço na praia para os banhistas que frequentam o local.

A comerciante Filó Rodrigues estabelecida na Prainha há 29 anos disse que a praia já perdeu 10 metros da sua faixa de areia.

“Faz tempo que isso vem ocorrendo, mas nos últimos dez meses, a situação piorou e muito”, afirmou a comerciante.

Segundo ela, antigamente, após uma ressaca, a praia era invadida pelo mar, mas depois de dois a três meses, o mar recuava, mantendo as características anterior da faixa de areia.

“Atualmente, está diferente, está demorando para o mar recuar e a praia voltar a contar com a sua faixa de areia natural. Estamos preocupados”, afirmou.

A Prainha recebe em média 5 mil banhistas por dia nos meses de verão. É a praia mais procurada na cidade por famílias com crianças, devido ao mar calmo e águas cristalinas.

Causas

Segundo a pesquisadora do Instituto Geológico, Célia Regina Gouveia de Souza, o encolhimento da faixa de areia é causado por uma combinação de mudanças climáticas globais – que elevam o nível do mar e causam eventos meteorológicos extremos – e fatores locais, como a urbanização e outras interferências humanas na linha costeira.

Em março deste ano, aconteceu no Guarujá, o 1º Fórum Permanente dos Secretários de Meio Ambiente do Litoral para debater as mudanças climáticas.

A erosão costeira foi tema de um estudo apresentado pela doutora, pesquisadora científica e geóloga Célia Regina de Gouveia Souza, do Instituto Geológico do Estado de São Paulo. Célia estuda a costa paulista desde 1992 e constatou uma crescente erosão costeira (ou praial), ou seja, falta areia na praia, em quase todas as praias do Estado.

Avanço da maré no Massaguaçu, já destruiu parte da rodovia, quiosques e, recentemente, um deck de madeira construído pela prefeitura, que encontra-se interditado

Em declarações concedidas à imprensa, a pesquisadora tem garantido  que “Não existe nenhuma praia fora de risco no Estado de São Paulo, porque o nível do mar está subindo e, quando isso acontece(redução da faixa de areia), esse é um dos primeiros impactos”.

Instituto Geológico

Um mapeamento elaborado pelo IG(Instituto Geológico) classifica os riscos de erosão costeira nas praias paulistas. As erosões são classificadas em cinco categorias: “muito alto”, “alto”, “médio”, “baixo” e “muito baixo”.

Foram avaliadas 67  praias no litoral norte e 46,3% delas estão classificadas com risco “muito alto” e “alto”. Só duas praias no Estado aparecem sob risco “muito baixo”: Toque-Toque Pequeno e Santiago, em São Sebastião.

A pior situação, segundo Célia, foi encontrada na praia de Barra Seca, em Ubatuba, na qual a taxa de recuo registrada é de 0,78 metros por ano. Célia destacou que a erosão ocorrida na Barra Seca é fruto de causas naturais, pois não existem construções no local que possam interferir na mudança da característica da praia.

O monitoramento demonstra que a praia de Massaguaçu, em Caraguá, por exemplo, vem retroagindo a uma taxa de 0,23 m/ano e já teve uma redução em área de 30%.

 

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