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Presidente da Amovila: “Não negociaremos com o Governo do Estado enquanto liminar persistir”

Tamoios News
Evanildes Alves dos Santos Andrade, conhecida como "Dona Ildes"

A presidente da Associação de Moradores da Vila Sahy (Amovila), Evanildes Alves dos Santos Andrade, conhecida como “Dona Ildes”, comunicou nesta quarta-feira (6/12),  a decisão categórica da comunidade em recusar negociações com o governo estadual enquanto a liminar que solicita a demolição das casas dos moradores persistir. Uma ação da Procuradoria Geral do Estado (PGE), solicita à Justiça a remoção imediata dos moradores das áreas de risco, e demolição de 893 casas.

“Enquanto o governo não retirar a liminar que pede a demolição das nossas casas, nós não vamos conversar com eles. Nos sentimos com a faca no pescoço. Não dá para negociar nada numa situação como essa. Estou recebendo inúmeras ligações de membros do governo estadual. Eles me ligaram antes da audiência, querendo agendar uma reunião antes do início da audiência. Eu me sinto coagida com essa situação,” afirmou Dona Ildes.

A líder comunitária destacou a busca por respeito e transparência por parte do governo. “Nós, da Vila Sahy, queremos respeito, queremos dignidade, somos pessoas que lutaram muito para conseguir ter nossas casas, nosso lar. E depois de uma tragédia como essa que aconteceu, onde morreram 64 vizinhos, mais de 180 famílias ficaram desabrigadas, eu conhecia todas essas pessoas. Não é possível que o governo não tenha respeito à nossa humanidade.”

Dona Ildes enfatizou que a comunidade está de luto e, nesse momento, não deseja dialogar com ninguém do Governo Estadual. “Enquanto não acabar esse processo, enquanto eles não retirarem essa liminar, estamos fechados para qualquer diálogo com o governo estadual.”

Além disso, a presidente mencionou que a liminar representa uma ameaça à existência da Vila Sahy, sendo percebida como uma tentativa de extinção.

A posição da presidente da Amovila reflete a indignação e a determinação da comunidade, diante das incertezas que pairam sobre o futuro.  E o desejo dos moradores em participar das discussões dos problemas e das soluções.

Texto:  Poio Estavski – Jornalista