Política

Processo de cassação contra prefeito de Ubatuba é arquivado

Tamoios News
Raell Nunes
Raell Nunes

O empate na votação, por cinco a cinco, resultou no arquivamento do processo

Entre vaias e aplausos, empate nos votos dos 10 vereadores favoreceu o chefe do Executivo

Por Raell Nunes

O processo de cassação contra o prefeito Maurício Moromizato (PT), da CPI da saúde, foi arquivado, devido a empate de votos, na quinta-feira (17). Durante as discussões, alguns vereadores chegaram a ser vaiados, enquanto outros foram ovacionados, pelas centenas de pessoas que compareceram ao plenário e se dividiam entre favoráveis e contrários à ação. O prefeito não apareceu.

A comissão parlamentar de inquérito começou lendo o relatório final da CPI da saúde e, em seguida, a defesa do prefeito. O áudio da última comissão processante também foi ouvido. O clima estava tenso na Câmara e o público tentou intervir várias vezes.

Foram cinco horas de debates acalorados, discussões e até ofensas verbais do público para com vereadores e vice-versa.

Em defesa do Executivo, pessoas levantaram cartazes pedindo a anulação da sessão. Os favoráveis a saída de Moromizato, protestavam da mesma maneira – com cartazes, pedindo o andamento do processo.

Tumulto

A sessão foi marcada por tumulto. O vereador Reginaldo Fábio de Matos (PT), o Bibi, pedia a palavra, as pessoas o vaiavam. Ele respondia em alta voz e o povo o interrompia com gritos. “Não tenho medo de vais, já fui dessa laia, militante, hoje eu acordei”, afirmou o vereador. Alguns respondiam ao vereador, chamando-o de traidor.

O presidente da Câmara, Benedito Julião Matheus de Souza (PSL), exaltou-se em determinado momento. “Vamos parar com essa zona, aqui não é a casa da mãe Joana, não. Eu exijo respeito”, disse levantando e batendo as mãos sobre a mesa.

A grande confusão se instalou quando os favoráveis ao prefeito gritavam, em conjunto, que a ação era um golpe contra as minorias. Houve discussão entre as pessoas no local. Uma das militantes pró cassação disse que iria chamar a polícia, pois tinha sido agredida por um homem que defendia a causa petista.

Acusações e defesas

A vereadora Flávia Comitte do Nascimento (PDT), a Flávia Pascoal, que presidiu a CPI da saúde, afirmou que é obrigação do prefeito acompanhar todos os tramites que ocorrem na cidade. Disse também que Moromizato não agiu de forma correta e deixou a população desassistida.

Outro representante do legislativo, Avanil Feretti (PDT), deixou claro que não concordava com a contratação da Biosaúde. “A Biosaúde pegou R$ 20 milhões e foi embora da cidade”.

Eraldo Carlos Tenório Todão (PSDC), o Xibiu, afirmou que a cassação do prefeito não era viável, pois é a população que paga tudo. Ele relembrou em dez meses já ocorrerão novas eleições municipais.

“O relatório da CPI estava meio confuso e não tinha nada que tirasse a idoneidade do Moromizato”, disse o vereador Silvio Carlos de Oliveira Brandão (PSB). Segundo ele, o vice-prefeito, Sergio Caribé (PMDB), não teria tempo hábil para exercer as funções do atual chefe do executivo. Afirmou também que se o prefeito deixasse o cargo a cidade só se recuperaria em quatro ou cinco meses.

Votação

Os vereadores que votaram a favor da permanência do petista foram: Eraldo Carlos Tenório Todão (PSDC), Adão Pereira dos Santos (PDT), Manuel Marques (PT), Silvio Carlos de Oliveira Brandão (PSB) e Daniele Alves Soares (DEM).

Já aqueles que queriam a cassação do prefeito: Benedito Julião Matheus de Souza (PSL), Claudine Bastos Xavier (DEM), Flávia Comitte do Nascimento (PDT), Avanil Feretti (PDT) e Reginaldo Fábio de Matos (PT).

Repercussão

Após a votação favorecer o Maurício Moromizato, ele postou um vídeo nas redes sociais. “Quero que esses vereadores me deixem trabalhar. A cidade precisa estar unida”, afirmou em um trecho.

Rebatendo o prefeito, a ex-atriz da Globo, Cristina Prochaska, moradora de Ubatuba, disse que o prefeito foi realmente eleito para trabalhar. “Tem que trabalhar mesmo, pois a gente não aguenta mais”, afirmou em uma página do Facebook.

O vereador Bibi também fez uma postagem polêmica referindo-se ao acontecido no plenário. Ele postou uma foto com uma embalagem de pizza, com tom irônico ironizando, dizendo que tudo acabou bem. “Se o Governo descontar o dia de todos os servidores que vieram à Câmara em horário de expediente, dá pra tapar os buracos da cidade”, disse referente aos que compareceram à sede e o vaiaram.

Deixe um Comentário