Após manifestação do grupo Grito dos Excluídos no último dia 07 de setembro, em São Sebastião (SP), a professora Adriana Martins de Souza teve seu nome associado a atos de vandalismo, contradizendo depoimentos dos manifestantes que afirmam que foram recebidos com truculência pela Guarda Municipal da cidade.
Com o objetivo de criar uma reflexão sobre a construção de um Brasil mais inclusivo, o momento Grito dos Excluídos acontece anualmente em todo território nacional no dia da Independência do país. Em São Sebastião (SP), o movimento, que reuniu movimentos sociais e sindicalizados, como o Sindicato do Servidor Público, Sindicato dos Petroleiros de Caraguatatuba, Movimento dos Atingidos por Barragem, União dos Atingidos e Coletivo Caiçara, aconteceu na Rua da Praia, mesmo local onde foi feito o desfile organizado pela prefeitura da cidade. Após o encerramento do desfile, os integrantes do ato entraram na rua e iniciaram a manifestação de forma pacífica, carregando cartazes pedindo igualdade e inclusão em diversos setores e serviços.
Durante o ato, a Guarda Municipal, que usava camisetas com dizeres de “aluno”, impediu que os manifestantes terminassem o percurso. Na ação, manifestantes alegam que foram empurrados pelos agentes após se negarem a deixarem a avenida com o intuito de terminarem o ato de forma pacífica. Após dois manifestantes serem algemados e detidos, os demais integrantes do Grito dos Excluídos deixaram o local.
Com a repercussão do acontecimento, mensagens envolvendo o nome da professora Adriana Martins de Souza, que participou do ato como uma das vítimas da tragédia da Vila Sahy, em fevereiro de 2023, foram disseminadas nas redes sociais a associando em atos de vandalismo. Em umas das mensagens o partido político do qual a professora é candidata a vereadora foi citado de forma pejorativa, uma vez que a magistrada não fazia nenhuma referência durante a manifestação nas vestimentas ou nas falas de qual partido político pertence. Já em outra postagem, o próprio prefeito de São Sebastião (SP), Felipe Augusto, circulou o rosto da professora em uma foto participando do ato e a divulgou com as informações da candidatura dela em um grupo de uma rede social, dando a entender que também era um ato político partidário e, excluindo a real intenção do movimento que completou 30 anos de existência em 2024.
Procurada, a professora Adriana divulgou uma nota, na íntegra: “Eu me senti desconsiderada e desrespeitada. Senti uma tristeza imensa de pensar que um prefeito que deveria promover a justiça social na cidade não é capaz de reconhecer que nossa luta era principalmente por uma população que sempre foi silenciada e deixada à margem. Que os excluídos são aqueles que não tem comida na mesa, que não tem casa, que vivem na insegurança de como será seu hoje e o seu amanhã. Por fim, me sinto decepcionada de ver que eu sendo funcionária pública conhecida e que em todas as minhas avaliações funcionais recebi nada menos que excelência, ser mencionada com tanto desrespeito. Eu tenho uma história em São Sebastião. Fiz uma gestão nas escolas por onde passei de excelência. Meu trabalho foi reconhecido muito além de São Sebastião. É lamentável depois de 26 anos de luta nesta cidade ser citada desta forma desrespeitosa e ser tratada com tanta violência”.
A reportagem do Tamoios News solicitou um posicionamento para a prefeitura de São Sebastião (SP) sobre a atitude da Guarda Municipal durante o ato e sobre a postagem do prefeito Felipe Augusto numa rede social, mas até a publicação dessa matéria não teve retorno.
Redação/Tamoios News