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Quais são os animais peçonhentos mais encontrados no litoral e como evitar acidentes

Tamoios News
Jararaca. (Foto: Marcus Buononato)

Na sexta-feira passada (06), a Polícia Ambiental foi acionada para resgatar uma jararaca que se encontrava na frente do mercado Silva Indaiá, na rodovia dos Tamoios. Um homem viu o animal peçonhento antes da equipe chegar, tentou capturar a serpente e foi picado.

Marcus Buononato, biólogo especialista em animais peçonhentos e responsável técnico pelo Projeto Selva Viva explica quais são os principais animais peçonhentos encontrados na região e os cuidados necessários para evitar acidentes. 

É importante ficar atento com as cobras venenosas encontradas na nossa região, pois elas representam perigo para o ser humano, mas lembre-se de que nem todas as cobras são peçonhentas. Buononato, explica que “de cada dez cobras brasileiras, pouco mais de duas é que são perigosas, as outras são basicamente inofensivas desde que não manuseadas, então é importante, sempre saber identificar quais são as perigosas. A principal característica para identificação é a fosseta loreal (pequeno orifício entre os olhos e as narinas)”. 

O especialista alerta ainda que, caso não saiba identificar a espécie, o mais seguro a fazer é “dar dois passos para trás e você não corre mais risco. Dê dois passos para trás e a serpente não vai atrás de você”. Quanto às não venenosas, ele explica que “quando ela encontra uma pessoa ela se evade, apenas as peçonhentas é que costumam se enrodilhar”.

No caso da jararaca encontrada na frente do Silva Indaiá, o erro foi tentar manusear a serpente sem o devido conhecimento. O correto, nessas situações é acionar a polícia ambiental para fazer o remanejamento do animal silvestre, o biólogo esclarece que “matar animais silvestres é crime, o correto é buscar ajuda especializada”.

Principais animais peçonhentos encontrados na região

Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. As cobras não são as únicas que representam perigo para o ser humano, é preciso ter cuidado também com escorpiões e aranhas.

Entre as serpentes, os tipos que representam perigo por sua peçonha são “as jararacas, elas são as mais abundantes, as cobras corais (popularmente conhecida como coral verdadeira), e também temos as cascavéis, que raramente são encontradas no litoral”, pontua o especialista.

Cobra-coral. (Foto: Marcus Buononato)

Os escorpiões costumam causar acidentes em áreas rurais e urbanas, na região são encontrados o amarelo e o marrom, essas espécies apresentam veneno injetado através do ferrão e tem maior incidência em meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade. Buononato explica que “entre as aranhas é importante ficar atento com as espécies, armadeira, aranha muito comum, a viúva negra, que não é fatal, a aranha marrom é a que tem a peçonha mais perigosa no Brasil, e por último, as caranguejeiras, que, nesse caso representa perigo por causa dos pelos que revestem o seu abdômen, eles causam coceira, podem entrar na narina e causar irritação na narina ou na garganta”. 

De acordo com o especialista, esses são animais muito comuns e que, por isso, estão em toda parte. É importante saber que o desmatamento é um fator causador de desequilíbrio ambiental e, consequentemente, da migração de algumas espécies da mata suprimida para áreas urbanas. Como também a presença de ratos pode favorecer a presença desses animais por ser o alimento de algumas espécies de serpentes peçonhentas, principalmente cascavéis e jararacas.

Cascavel. (Foto: Marcus Buononato)

Como forma de tentar evitar aranhas e escorpiões, a dica é evitar baratas (alimento desses animais), lixo acumulado ou materiais de construção empilhados. Também é uma opção colocar rolinhos com sistema de vedação, embaixo da porta, telas nas janelas, o que também evita dengue, ralos com tampa que é possível vedar e, também, sacudir roupas e calçados antes de usá-los.

*Texto: Claudinéia Silva