Doença teve aumento em todo o país e pode causar a morte se não tratada. Campanhas pretendem fazer diagnóstico precoce para combater a sífilis
Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba
A saúde pública brasileira tem uma nova preocupação: o aumento acima da média dos casos de sífilis em todo o país. Entre 2010 e este ano foram diagnosticados pelos menos 230 mil novos casos da doença. O número de contágios também são preocupantes no Litoral Norte. Na região, Ilhabela teve um aumento em 2016 de quase 100% no número de notificações, em relação aos diagnósticos feitos no ano anterior.
De acordo com o Ministério da Saúde, três em cada cinco ocorrências estavam no Sudeste. A maior preocupação é com as gestantes e a possível transmissão para os bebês. Por ser uma doença sexualmente transmissível, o uso do preservativo ainda é a melhor alternativa para evitar o contágio. Quem for infectado com a doença, causada pela causada pela bactéria Treponema pallidum, pode detectar por meio da realização de um teste rápido. Se tratada adequadamente, a sífilis tem cura.
De acordo com a assessoria de imprensa de Ilhabela, a cidade teve em 2015, 16 casos de sífilis não especificada, 1 caso de sífilis em gestante e 2 casos de sífilis congênita. Neste ano, até o dia 26 de outubro os números foram bem maiores: 27 casos de sífilis não especificada, 7 casos de sífilis em gestante e 2 casos de sífilis congênita.
O município de Ilhabela, por meio da Vigilância Epidemiológica e da Secretaria da Saúde, em parceria com os outros municípios da região se mobilizou recentemente para a construção de um plano para o enfrentamento do problema. Entre as propostas municipais que já estão sendo implantadas, estão: intensificação das testagem rápida para sífilis em todas as Unidades Básicas de Saúde; identificação precoce, tratamento oportuno e controle dos casos diagnosticados; testagem rápida, monitoramento constante e tratamento da sífilis durante a gravidez, bem como testagem e tratamento do parceiro, no sentido de prevenir a transmissão vertical e a ocorrência de casos novos de sífilis congênita.
Em Caraguatatuba, a secretaria de saúde informou que em 2015 foram registrados 114 novos casos positivos de sífilis; sendo que 90 casos ocorreram de janeiro até o dia 26 de outubro daquele ano. Em 2016, a cidade diagnosticou 109 casos novos no mesmo recorte de tempo.
Durante todo o ano, a prefeitura realiza testes rápidos para detecção de HIV e Sífilis de segunda à quinta-feira, das 8h às 16h, na UAMI (Unidade de Atendimento a Moléstias Infectocontagiosas) com foco principal em gestantes e parceiro para evitar a sífilis congênita.
Casos de pacientes confirmados somente com sífilis são encaminhados a tratamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Já usuários diagnosticados com sífilis e hepatites virais ou HIV são tratados diretamente pela UAMI.
Já em São Sebastião, a administração municipal mantém o Cemin (Centro Municipal de Infectologia), localizado no prédio do Centro de Saúde Josiane Pereira de Jesus, na Topolândia. Segundo informou, em 2015 foram confirmados 31 casos da doença, contra seis registrados este ano.
Na cidade, durante todo o ano são ministradas palestras onde são abordadas oficinas de sexo seguro, prevenção às DST’s/AIDS, orientações e esclarecimentos de dúvidas dos participantes, oferecimento dos exames porta aberta (HIV,VDRL, Hepatite B e seus marcadores e Hepatite C) além da distribuição de folderes explicativos.
Há ainda a realização de testes rápidos durante todo o ano na unidade do Cemin. Para mais informações o Centro Municipal de Infectologia fica na Rua Antonio Pereira da Silva, 280, na Topolândia, e o telefone de contato é o (12) 3891-4992.
A reportagem do Tamoios News entrou em contato com a Prefeitura de Ubatuba, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.