O gerente do Setor de Atendimento a Emergências da Cetesb, Mauro de Souza Teixeira, disse que “a possibilidade é bem remota, mas não é zero” de que o óleo que vazou no Nordeste possa chegar às praias do Litoral Norte.
Teixeira esteve na terça(19), em Caraguatatuba, participando de um curso dado pela Cetesb e Fundação Florestal aos funcionários das prefeituras da região para atuarem em caso do óleo chegar ao Litoral Norte.
Segundo ele, o objetivo é a capacitação em relação a Resolução 76 da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado (SIMA) que cria o grupo de trabalho multiudiscilpinar para pensar, organiza e implantar algumas ações caso esse óleo alcance o Litoral Paulista.
O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior, elogiou o treinamento. “ É de vital importância pelo fato de se estar em uma cidade litorânea, o que causa uma grande preocupação, não apenas com a balneabilidade das praias que podem ser afetadas com esses vazamentos, mas também com os pescadores que vivem do mar”, disse.
Segundo ele, isso afetaria tanto o turismo, que é fonte de renda, quanto o meio ambiente, causando impactos graves a fauna e flora marinha. “ Portanto, assim como temos um grupo preparado para atuar nos casos de chuvas e alagamentos, a partir desse treinamento teremos também uma equipe pronta para atuar em casos de vazamentos de óleo no mar. A prevenção, o preparo e a parceria da sociedade civil são de suma importância em nossas ações”, destacou.
Treinamento
O treinamento é importante para as prefeituras e trouxe informações sobre o óleo que atinge as praias do Nordeste e que já chegou ao Espírito Santo. O analista ambiental da Petrobras (Bacia de Santos), Vinícius Vendramini, explicou aos presentes como se chegou à identificação do material vazado e todo o trabalho executado para a sua contenção, além do monitoramento e avaliação do seu deslocamento.
Na sequência, o biólogo André Cabral, da Transpetro, explicou aos presentes o plano de emergência e contenção e emergência desenvolvido pela empresa que tem suas instalações em São Sebastião.
Já os biólogos da Cetesb, Carlos Ferreira Lopes e Sérgio Greif, explicaram sobre o Manual de Orientação para Ambientes Costeiros, a probabilidade desse óleo chegar à região, considerada remota, mas a importância de se estar preparado.
Conforme Lopes, é preciso que as pessoas, os municípios estejam preparados para atuarem em caso de emergência e o que se viu no Nordeste no começo do desastre ambiental, foi muito errado. “A comunidade queria ajudar, mas não havia preparo. Tinham voluntários com óleo pelo corpo e não se sabia o risco tipo de produto”, alertou.
Ainda conforme o biólogo, mesmo não se considerando a possibilidade desse material chegar no Estado de São Paulo, é importante que as equipes locais estejam preparadas para qualquer outro tipo de desastres ambientais.
O publico presente teve a oportunidade de tirar algumas dúvidas, como Elson Maceió, gerente de Meio Ambiente do Porto de São Sebastião, que questionou sobre a precisão de satélite identificar manchas de óleo no mar.
Conforme Vinícius Vendramini, a Petrobras trabalha com esse recurso por meio de equipamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), masque as vezes, eles identificam manchas que, necessariamente não é óleo. “Mas esses relatados são repassados e analisados”.
Inclusive, a informação foi complementada por André Cabral de que os comandantes das frotas da Transpetro são orientados a informar. “Um exemplo foi uma mancha detectada que, posteriormente, foi identificada como floração de algas”.