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Região tem aumento em casos de sífilis e ações são promovidas nos municípios para evitar proliferação

Tamoios News
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O teste rápido dá o resultado sobre o contágio em 30 minutos e está disponível nas unidades de saúde

Em Ilhabela, por exemplo, número de casos em 2016 já é três vezes superior ao total registrado em 2013

 

Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba

Assim como em outras regiões do país, o número casos de sífilis tem aumentado nas cidades do Litoral Norte. O aumento pode ser ainda mais evidente se comparados os registros dos últimos três anos em algumas das cidades. Segundo registros, o problema tem se agravado pela falta de prevenção durante o ato sexual, meio pelo qual a doença se propaga. Além de vários problemas para os portadores, em gestantes a doença pode afetar o bebê e gerar graves sequelas.

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios. Nas primeiras fases da doença, a possibilidade de transmissão é maior. 

Em Ilhabela, os números registrados em 2016 já superam três vezes os casos de todo o ano de 2013. Até o último dia 20 de maio foram confirmados 21 casos de sífilis no arquipélago, contra sete em 2013. No município o número foi se elevando ano após ano. Em 2014, por exemplo, 14 pessoas tiveram o diagnóstico da doença e 18 no ano seguinte.

Na semana passada foi realizada uma capacitação para médicos e enfermeiros da rede, de modo a auxiliar na atuação de combate à doença. O treinamento teve como objetivo o diagnóstico precoce da sífilis e o tratamento da doença. Em Ilhabela, todas as gestantes são testadas no primeiro e no terceiro trimestre de gravidez, conforme protocolo do Ministério da Saúde.

O mesmo acontece em Caraguatatuba, onde o número atualizado de casos não foi revelado. Quando a doença é identificada, é realizado o tratamento da gestante e do seu parceiro, notificação dos casos de sífilis congênita (quando a criança nasce com a doença) e acompanhamento sistematizado das crianças filhas de mães com sífilis.

Nos casos de adultos e não gestantes, o controle da doença é feito por meio da busca ativa de novos casos de sífilis, campanhas de orientação e prevenção, teste rápido e tratamento em todas as Unidades Básicas de Saúde.

Em Ubatuba também há um aumento de casos desde 2013 e a secretaria de saúde pretende organizar uma campanha de prevenção nos próximos meses. 

No município, os moradores de rua não estão entre os grupos mais vulneráveis à doença, como foi registrado nas grandes capitais. Entre 2013 e 2016 a cidade registrou um aumento de sífilis congênita. Em 2013, quatro bebês nasceram com a doença. Em 2014 esse número subiu para 15, passando para 16 no ano seguinte. Já em relação às gestantes, os casos oscilaram nesse período, atingindo o teto de 32 mulheres infectadas com a doença em 2014. 

Todas as cidades da região oferecem a realização do teste rápido tanto de sífilis, quanto HIV. Em Ilhabela, os testes podem ser feitos em todas as unidades básicas de saúde.

Sintomas da sífilis

Sífilis primária

Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio.

Não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

Sífilis secundária

Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento da ferida inicial e após a cicatrização espontânea.

Manchas no corpo, principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés.

Não coçam, mas podem surgir ínguas no corpo.

Sífilis latente – fase assintomática

Não aparecem sinais ou sintomas.

É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de infecção).

A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.

Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Diagnóstico

O diagnóstico da sífilis pode ser realizado por meio do teste rápido, disponível nos serviços de saúde do SUS. Ele é prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. 

Tratamento

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina, mas recomenda-se procurar um profissional de saúde para diagnóstico correto e tratamento adequado, dependendo de cada estágio.

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