Por Raell Nunes
A Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Santa Casa de Ubatuba chegou ao fim, após 180 dias de apuração. Conforme o relatório final – que contém 20 páginas – verificou-se que há elementos para afirmar que a administração do hospital, com seus provedores, foram omissa em seu dever.
Os trabalhos foram realizados pelos vereadores Claudinei Bastos Xavier (PSDB), como presidente, Manuel Marques (PT), atuando como vice-presidente, e Junior (PTN), exercendo a função de relator.
A conclusão dos legisladores foi que, com diversas irregularidades e crimes cometidos, pode ensejar na responsabilização civil, administrativa e penal dos responsáveis por tais atos.
Os vereadores se dizem satisfeitos pela ação, pois, em suas palavras, o objetivo foi alcançado: apurar irregularidades na assembléia geral e eleições para a Santa Casa, juntamente com a contratação do escritório de advocacia Carvalho, Souza e Borges Advogados Associados.
O provedor da época, Fânio de Souza Santos, estava presente na Câmara nessa quarta (11) para exposição dos trabalhos da CPI. O ex-provedor foi obrigado a ouvir que os trabalhos foram prejudicados, sendo que foram enviados três ofícios do presidente da Comissão à provedoria, e mais dois a Fânio, mas sem obtenção de respostas.
Constando no relatório final, o depoimento do ex-funcionário da Santa Casa, Robertson Martins, revela que quando a provedoria queria contratar um funcionário, mas o mesmo estava como associado, era rasgada a página retirando o cadastro do livro para que fosse realizada a contratação. O fato também foi constatado pela Polícia Civil.
Robertson trouxe à tona que, em 2016, houve mais irregularidades: a contratação de um escritório, que estava trabalhando desde 2015 sem emissão de notas fiscais. Ele ainda relata que um dos contratos que possuem erro mostra o nome da Santa Casa como contratante, mas utilizando o CNPJ da Prefeitura Municipal.
Nas palavras do presidente da CPI, os documentos serão encaminhados ao Ministério Público, tanto estadual como federal. “Temos aqui a conclusão dos trabalhos. Ficou muito bem claro que essa Comissão de Inquérito Parlamentar foi bem parcial em buscar as informações necessárias para apurar o que foi apresentado no relatório”, diz o vereador Claudinei.
O legislador Junior falou que essa é sua segunda CPI. “Minha função é de fiscalizador e acredito que tenho feito bem e irei continuar assim. Vou deixar claro que não estamos aqui para punir e sim para deflagrar os fatos literalmente. O mais importante é que nós precisamos passar que precisa-se haver responsabilidade com o dinheiro público”, conclui.
O relatório final foi aprovado por três votos favoráveis. Diante disso, Manuel Marques disse que “nós estamos aqui para fiscalizar”. Continuou sua fala acrescentando que “estamos terminando após o prazo de 90 dias e mais 90, somando 180 dias”.