Em meio a protestos, determinação da presidência limitou acesso do público ao plenário; repórter foi barrado pelos seguranças durante exercício de seu trabalho
O repórter Raell Nunes, que atua pelo Portal Tamoios News na cidade de Ubatuba, foi barrado de entrar na sede do Legislativo na última terça-feira (13), durante a sessão ordinária. Isso porque pela segunda semana consecutiva, moradores foram ao local para protestar contra o aumento de aproximadamente 26% sobre os próprios salários dos vereadores. Para coibir os manifestantes, o acesso ao plenário foi restrito.
Segundo os seguranças da casa de leis, apenas 72 pessoas foram autorizadas pela presidência a entrar no recinto, para acompanhar de perto as discussões do Legislativo. O representante do portal de notícias, que chegou bem mais cedo ao local para cobrir e noticiar a sessão, foi o número 73 e, por isso, não teve o acesso permitido pela segurança.
Ele se identificou como imprensa, mas mesmo assim teve a recusa. Um dos guardas chegou a pedir um documento de identificação para avaliar se o mesmo poderia entrar no Câmara. Como Nunes não estava portando o documento – visto que acompanha as atividades da legislativo ubatubense há mais de um ano e nunca precisou apresentar tal identificação, a porta de vidro foi trancada a chave e a solicitação de acesso ignorada. É válido frisar que todos os demais profissionais que adentraram ao plenário não precisaram passar pelo mesmo crivo e apresentar credencial oficial para realizar a cobertura.
Nunes diz que foi bastante constrangedora a proibição de executar suas tarefas profissionais, e que a situação só foi revertida quando outros colegas da imprensa local reclamaram e intercederam por ele. Todos recriminaram a ação truculenta e inadequada com o profissional da informação. Um dos jornalistas presentes chegou a gravar a cena, publicada nas redes sociais.
“Acredito que todos merecem uma informação mais clara e aprofundada. Foi isso que fui buscar. Queria entrar para entrevistar os vereadores , saber se eles vão continuar ou não com a ideia de aumentar os próprios salários. Existem leis que falam de liberdade de imprensa e direito ao acesso à informação. Só queria fazer o meu serviço . Esclarecer os fatos à população”, comento Raell Nunes.
