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Romeiros caminharam por quatro dias de Caraguatatuba até Aparecida

Tamoios News
Na frente, a idealizadora da Romaria, dona Ilza na Rodovia Dutra, chegando em Aparecida.

Entre os dias 7 e 10 de outubro, um grupo de romeiros caminhou por mais de 150 quilômetros de Caraguatatuba até Aparecida. Alguns foram cumprir promessa, outros foram simplesmente motivados pela fé.

Segundo Ilza Arruda Santos, 68 anos, o grupo de cerca de 85 pessoas saiu de Caraguatatuba no dia 7, às 7 horas da manhã, e chegou em Aparecida no dia 10 por volta das 6 e meia da tarde. Eles retornaram na noite do dia 10 para Caraguá. Normalmente, a volta é no dia 12, mas por causa da pandemia do novo coronavírus a Basílica de Aparecida este ano fez celebrações sem a presença de devotos em seu interior, de forma virtual. Por isso, o retorno ocorreu já no sábado.

Santos conta que faz esta romaria há 17 anos. “Eu corro atrás da organização, de apoio, alimento. A gente faz para agradecer. Eu faço com muito amor e carinho, a romaria pra mim é tudo, eu fico contando as horas e os minutos pra ir”, diz Santos.

Última parada, no local conhecido como gruta, na rodovia Dutra, esperando todos chegarem para a procissão até Aparecida.

O morador de Caraguatatuba Vlademir Araújo, o “Seu coelho”, 68 anos, faz 4 romarias por ano, incluindo esta de Caraguá até Aparecida. Esta foi a 28ª romaria que ele participou. Ele diz que participa por fé em Nossa Senhora. Caminhando de chinelo, sem reclamar de nada, Araújo puxa o grupo, anda na frente, mostra que tem muito fôlego e disposição.

Vlademir Araújo (Seu Coelho).

A moradora de São Sebastião Miriam Pinto de Oliveira do Nascimento, 41 anos, participou da romaria pela primeira vez e diz que faria novamente. “É um momento de muita reflexão, muita fé, porque a distância que a gente está fazendo é muito grande, eu nunca fiz nada comparado a isso”, conta.

Nascimento fez a romaria para cumprir uma promessa. “Eu fiz uma promessa na hora do parto do meu neto, para que corresse tudo bem e ele saísse logo, porque minha filha estava sofrendo no parto desde as 11 da noite, eram 10 e pouco da manhã e eu traria o peso dele quando eu viesse pra Aparecida a pé. Hoje ele está com 11 quilos, eu trouxe o peso dele com o colete e dois quilos na mochila, para inteirar o peso. Esse foi o propósito, o diferencial, além da caminhada, o peso do meu neto”, diz.

Pausa para o café.

O jovem Gabriel Augusto Spinassi, 18 anos, natural de Jarinu (SP) também participou pela primeira vez. “Resolvi fazer a 17ª Romaria de Caraguá, para testar os meus limites, a capacidade da nossa mente, e um propósito. Gostei muito da experiência, é grande desafio a ser comprido, mas com fé fica fácil, cooperativismo uns aos outros. Por mais que nós estamos cansados, Nossa Senhora não nos abandona. A maior dificuldade é psicológica, ou seja, o poder da nossa mente, com a persistência de cada um de nós”, diz Spinassi.

Alojamentos.

O morador de Caraguatatuba Fabrício Panichi Néia, 43 anos, fez a romaria pela décima vez. “Em 2010 perdi as minhas matriarcas: avó materna, minha mãe e minha avó paterna em dois meses, foi quando pedi auxílio a Nossa Mãe Aparecida para que me desse forças para suportar tudo o que estava passando. E estou nesta caminhada há 10 anos e a cada ano, tem sua especificidade. Penso que cada pessoa deveria fazer esta experiência de fé, pois você dá valor a outras coisas em sua vida. Passa a dar valor nas pequenas coisas. Você deixa o conforto do seu Lar para viver esta experiência”, afirma Néia.

Fabrício Panichi Néia.

Segundo a concessionária CCR NovaDutra, que administra a Rodovia Presidente Dutra, por onde passa o maior fluxo de romeiros com destino à Basílica, entre os dias 1º e 9 de outubro deste ano, 1.288 romeiros passaram pela rodovia com destino a Aparecida. No mesmo período, no ano passado, foram contabilizados 3.708 romeiros.