Hospital ainda possui, entre receitas e despesas, déficit mensal em torno de R$ 400 mil
Por Valéria Andrade
A atual provedoria da Santa Casa de Ubatuba foca seus esforços para criar uma engenharia financeira para quitar suas dívidas que beiram os R$ 7 milhões. Segundo a provedoria, as dívidas, principalmente trabalhistas, de ex-funcionários referentes aos anos de 2005 à 2012 representavam um montante de aproximadamente R$ 7 mi.
“As dívidas geravam diversos ônus, tais quais, bloqueios direto na fonte dos convênios médicos (UNIMED, SULAMERICA, dentre outros) que obrigava a Santa Casa a trabalhar tão somente com o repasse Municipal e Federal, sendo que este primeiro também começou a sofrer com os bloqueios”, explica o provedor, Fanio de Souza Santos.
Não demorou muito para que o departamento jurídico do hospital percebesse uma reação em cadeia onde o valor bloqueado não era o suficiente para amortizar qualquer dívida.
“ Ao tempo que era bloqueado mensalmente um valor aproximado de R$ 400 mil, o valor total da dívida de 7 milhões de reais, mensalmente, gerava um custo de juros e correções que praticamente tornava-se ineficaz o bloqueio, tornando-se, portanto, uma dívida impagável”, conta.
Depois disso, a provedoria montou departamento jurídico com mais profissionais, e criaram uma meta. Feito isso, o hospital passou a pagar mensalmente o R$ 150 mil nos meses de baixa temporada e R$ 50 mil mensais nos meses de alta temporada.
Fanio explica que “em troca, a Vara do Trabalho suspendeu todas e quaisquer execuções direto na fonte e a Santa Casa, finalmente após mais de uma década, voltou a trabalhar com a totalidade dos repasses municipais, federais e de convênios”.
Outro ponto que o atual provedor citou foi que o diálogo entre instituição e Prefeitura melhorou no ultimo ano, mas mesmo assim, ela não consegue atender as demandas necessárias devido dívidas da gestão anterior. Porém, ainda encontra menos dificuldade, porque não houve fechamento de postos de saúde o que acarretaria em aumento no número de pacientes no hospital.
“Estamos buscando uma melhor integração entre Santa Casa e postos de saúde a fim de que se evite o excesso de demanda, conscientizando os Munícipes e integrando os sistemas de ambas para que os atendimentos sejam mais céleres e que se evitem a necessidade de se fazer exames e procedimentos repetitivos pela simples falta de conectividade entre estas”, conclui.
Atualmente as maiores dívidas que a Santa Casa possui é com a Sabesp e a ELEKTRO, que segundo provedoria, já está sendo trabalhada para quitar. Para o provedor, “outras medidas ainda precisavam ser adotadas, como pagar os médicos, provisionar o décimo terceiro salário e pagar os impostos”.