Palestras fazem parte da programação do Setembro Amarelo
Por Valéria Andrade
Os funcionários do hospital aprenderam nesta quarta feira (13), sobre como lidar com possíveis suicidas. O evento contou com o coordenador do Instituto Médico Legal de Ubatuba (IML), Eduardo Reigads, e também com o psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Luiz Henrique Aparício.
Ubatuba atualmente fica em segundo lugar na lista das cidades do litoral onde as pessoas mais tiram as suas próprias vidas (em primeiro fica Caraguá e por último, Ilhabela), de acordo com Reigads. “Os números são alarmantes, passam de Brasilia por taxa de população”, alerta o coordenador do IML.
As causas para uma pessoa fazer tal ato são variadas, vão de solidão à timidez e muitas vezes ela não aparenta ter alguma doença. “As pessoas que tem esse problema não se abrem para outras”, completa Eduardo.
Para o psicólogo, Aparício, questões históricas e sociais pesam também nessa escolha de tirar a própria vida. “Se a gente pensar em sintoma comportamental, a gente precisa pensar no que torna esse ‘ser’ ser o que é”, conta.
Ele também diz que é muito comum no meio hospitalar que os profissionais não saibam o que fazer com quem tentou se suicidar e muitas vezes julgam como chato ou fraco, como se sentissem raiva do que aconteceu. “Porque a gente tem uma coisa muito cultural por trás disso. Vemos o suicídio como um ato derrotista que vai contra os elementos cristãos”, explica.
O provedor da Santa Casa de Ubatuba, Fanio de Souza Santos, também falou aos funcionários o que sabe sobre o assunto. Para Santos, saber ouvir quem passa por essa situação é crucial para que evite do pior acontecer.“ É importante ter esse vínculo mais próximo com a pessoa, para que ela não se atenha a pensar que essa é a solução para os seus problemas”, completa.
Prevenção – Em caso de suspeita de que alguém pode se suicidar ou até mesmo de pensamento suicida, pode-se procurar pelo Centro de Valorização à Vida (CVV). Ele oferece o serviço por telefone no 141, também por email e chat 24 horas. Para saber mais acesse: https://www.cvv.org.br/
