A jornalista Priscila Siqueira em palestra sobre direitos da mulher
Nívia Alencar – NS Comunicação
O município de São Sebastião elegeu cinco delegadas que representarão a cidade na IV Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, prevista para acontecer até dezembro. Trata-se de Rosangela Dias Ressurreição, Marcia Guimarães Correia da Silva (ambas do segmento poder público), Janaína Vivente Borges e Adriana Aparecida Gaia Xavier (sociedade civil), e suas suplentes Tania Regina Sarak e Doralice França Pereira.
Cerca de 100 pessoas, a maioria mulheres de variadas profissões e níveis sociais, participaram da 3ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, promovida pelo Conselho Municipal da Condição Feminina (CMCF) de São Sebastião. A 3ª Conferência Municipal foi realizada para avaliar os resultados da 2ª Conferência e deliberar diretrizes para adoção do Plano Municipal de Políticas para as Mulheres. Foram coletadas propostas de políticas públicas, além de eleitas as delegadas.
A presidente do CMCF, jornalista Priscila Siqueira, em sua palestra, chamou atenção para o fato de a Câmara Federal querer acabar com discussão sobre gênero (homem e mulher) nas escolas do país. Também frisou que a Lei Maria da Penha já tem nove anos, mas os índices de violência contra a mulher são os mesmos desde 2006. Conforme a jornalista, estatísticas revelam que a cada 5 minutos, no Brasil, uma mulher é agredida em sua casa por marido ou companheiro. “A cada dia, 10 mulheres morrem em decorrência da violência doméstica”, enfatiza. “E os números de mortes de homens e meninos por violência de policiais e desastres de trânsito aumentam ano a ano. Precisamos mudar isto, somente juntos poderemos lutar por uma sociedade igualitária”, frisou Priscila
Ainda segundo Priscila, Brasil e a Colômbia “são os maiores fornecedores de mulheres e meninas para a indústria do sexo nas Américas. Dos ‘consumidores’ destas mulheres e crianças, 98% são homens. O Litoral Norte Paulista, o Vale do Paraíba e o sul de Minas Gerais fornecem meninas e meninos para rota de tráfico de pessoas na Dutra”, afirmou a jornalista.
Temática -” Mais direitos, participação e poder para as mulheres” foi o tema principal das conferências, abordando contribuição dos conselhos e movimentos dos direitos da mulher para igualdade de direitos; estruturas institucionais e políticas públicas para mulheres em nível municipal, estadual e federal; sistema político com participação das mulheres, e sistema nacional de políticas para as mulheres.
A vereadora de Ilhabela, Maria das Graças Ferreira dos Santos (Gracinha) presente à 3ª Conferência, considera que as mulheres já obtiveram muitas conquistas, mas ainda precisam ser realmente respeitadas “Em nosso país, muitas mulheres recebem salários inferiores aos dos homens, apesar de exercerem a mesma função, e ocorrem os inúmeros casos de violência contra elas”. Entre os vereadores de Ilhabela, três são mulheres. Em São Sebastião, não há mulheres parlamentares. “Muitas não participam em razão de tarefas no lar, mas é possível conciliar”, avalia Gracinha que tem três filhos, oito netos, participa de Pastoral da Criança e de sociedade amigos de bairros. “Entrei para a política porque foi a forma que encontrei para conseguir com menor dificuldade atendimento às demandas sociais. Realmente, na política conseguimos nos impor e conquistar respeito”.
O secretário adjunto de Esportes da Prefeitura de São Sebastião, João Amorim, foi o único homem público presente à conferência. “Participei de conferências anteriores e esta foi ainda melhor, bastante politizada pelo interesse das mulheres em compreender sua importância crucial na sociedade. Por isto, estou mais feliz nesta tarde”, disse Amorim. A IV Conferência Nacional será em Brasília (DF), entre 15 e 18 de março de 2016.
