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São Sebastião recebe Ministro da Secretaria dos Portos

Tamoios News
Jorge Mesquita
Jorge Mesquita

Visita ao porto reuniu políticos, engenheiros e empresários

Ministro Edinho Araújo realizou uma visita técnica e fez previsões para a retomada da obra no porto

Por Marcello Veríssimo

O ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo, participou nesta quarta-feira (1°) de uma visita técnica ao Porto de São Sebastião. Antes, por volta das 10h30 da manhã, na sede da Companhia Docas, conheceu na teoria o plano de ampliação do Porto de São Sebastião, apresentado pelo presidente da CDSS, Casemiro Tércio Carvalho.

Além de Tércio, a comitiva contou com técnicos e engenheiros de sua equipe, empresários e autoridades políticas do município e de cidades vizinhas, entre elas o prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, e o vereador Reinaldinho Moreira. O prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi, provavelmente um dos interessados no assunto, não compareceu.

O ministro Araújo obteve a chance de saber mais sobre as fases 1 e 2 da obra, que apesar de ainda suspensa, deve ter seu destino decidido até o final deste mês.

Em frente ao mapa do projeto, o ministro ouviu alguns esclarecimentos sobre a obra, como, por exemplo, a geração de empregos diretos e indiretos. “É um projeto grande, nós já chegamos a empregar 700 profissionais da região, priorizando a mão de obra local. Quando falo local incluo São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba, Ubatuba. O trabalhador precisa morar na região, afinal o porto é da região, não só de São Sebastião”, explicou Tércio.

O ministro viu de forma ampla, em um tipo de maquete aérea, que possibilitou uma análise macroscópica do empreendimento. “O objetivo da ampliação do Porto de São Sebastião é transferir o atracadouro da balsa para o terreno em que fique alinhado com o heliponto da Marinha”, completou o presidente da Cia Docas.

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Com a separação da atividade portuária do transporte de passageiros, espera-se garantir a segurança dos usuários da balsa, estabelecendo um novo projeto de atracação tanto para Ilhabela como para São Sebastião. Nesse novo trecho haverá um bolsão de embarque para os automóveis que vão atravessar a balsa. “A fila da balsa não atrapalhará o trânsito no centro de São Sebastião. O Litoral Norte ganha uma estrada. Ganha São Sebastião e ganha Ilhabela”, disse Tércio.

O investimento gira em torno de R$1 milhão dissolvidos em 10 anos, segundo a Cia Docas, podendo ser ‘encurtado’ em até 6 anos. O projeto engloba 250 metros quadrados totais.

Comércio

A especialidade do porto é exportação e importação. Entre as mercadorias, usinas de cimento da Votorantim e túneis do metrô de São Paulo entraram no Brasil pelo Porto de São Sebastião, que tem um canal muito profundo, mas espremido entre a serra e o mar, com aproximadamente 35 mil metros de profundidade. “Não existe conflito entre atividade turística e portuária com a rodovia dos Tamoios duplicada”, afirmou Tércio.

O ministro Edinho Araújo ouviu tudo atentamente e quis saber quantos navios atracam no porto anualmente. Entre navios de carga da Petrobras, passageiros e porto público, a demanda de tráfego de navios no Porto de São Sebastião gira em torno de 1.600 embarcações por ano. Aproximadamente 54% do petróleo consumido no Brasil passam pelo Porto de São Sebastião, de acordo com dados da Petrobras. “Minha vontade é [recomeçar a obra] no primeiro semestre de 2016”, afirmou o ministro, que disse estar ansioso. O Porto de São Sebastião é considerado referência entre os 37 portos em operação no país por conquistar o certificado internacional ISO 14001.

Passageiros – O prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci, explicou como é feito o transporte de milhares de turistas que passam todo o verão pelo arquipélago em cerca de 150 paradas, em média, de navios de cruzeiro. “Nós fundeamos os navios no canal e o transporte é feito até a terra com as embarcações dos próprios navios, que trazem cerca de 250 mil turistas por temporada, entre brasileiros, americanos, alemães e argentinos”, disse Colucci, que ainda garantiu deixar seu segundo mandato no arquipélago com 80% de rede coletora, tratamento de esgoto e saneamento básico.

De acordo com o prefeito de Ilhabela, cada navio de cruzeiro que atraca na ilha “paga US$30 mil à praticagem do Porto de São Sebastião”. “Para nós é muito importante essa questão do novo atracadouro das balsas, o projeto está pronto e não é um investimento tão grande para tirar os veículos da fila”, garantiu Toninho Colucci, considerado um dos prefeitos mais atuantes do litoral.

Hoje a Dersa opera com 7 balsas na travessia entre São Sebastião e Ilhabela. “Literalmente você desafoga o trânsito no centro de São Sebastião, dá qualidade de vida aos moradores de São Sebastião e, principalmente, para quem está na fila”, completou Casemiro Tércio.

Na Prática – O ministro Edinho Araujo quis conhecer na prática o funcionamento do Porto de São Sebastião. Nos últimos quatro anos, o porto recebeu investimentos em torno de R$25 milhões para a execução de projetos na área ambiental, contemplando 10 programas de monitoramento de qualidade e educação ambiental, Central de Armazenamento e Triagem de Resíduos do Porto, treinamento, capacitação de funcionários, entre outras ações. “Já tinha vindo [aqui no porto], mas não com olhar técnico. Sou do tempo do Montoro, que era deputado estadual na época. Não tinha essa largueza, essas avenidas. O Porto deve ter acesso terrestre e marítimo. São as condições básicas”, disse o ministro.

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Durante a caminhada, o ministro Edinho Araújo pode conhecer o pátio dos veículos que são exportados das fabricantes Volkswagen e Chevrolet. O terminal de São Sebastião é o que possui menor índice de avarias em veículos no país, com nota 98, só perdendo para a Alemanha. “Nossa operação é a mais rápida do Brasil. Conseguimos fazer um navio com 2.300 veículos em seis horas de operação”, afirmou Casemiro.

Araújo também visitou a sede do Caete (Centro de Atendimento) do Porto de São Sebastião, que opera 24 horas com equipes prontas e capacitadas para atender emergências relacionadas ao vazamento de óleo no mar e outras demandas que acontecem no porto.

Acompanhados dos jornalistas, o ministro, especialistas portuários e autoridades políticas percorreram todos os pontos da área portuária.

“Temos licença de operação em toda a área. Cada nova intervenção, adequação que fazemos precisamos de uma nova licença. Nosso fluxo no Ibama é ágil, já tem informação”, explicou o gerente de Meio Ambiente do porto, Adriano Lima.

O porto também desenvolveu um sistema de reuso de água para lavar todos os caminhões que são carregados antes de deixar o local para economizar água no desenvolvimento operacional. “Precisamos desmistificar a ideia de que o porto é sujo, poluente”, completou Lima.

O presidente da Companhia Docas não descartou a possibilidade de integração com a sociedade civil organizada, poder público, comunidades tradicionais, ambientalistas e pesquisadores para a execução do projeto. “Queremos estar em dia com a gestão”, disse Tércio. “Nós queremos que o Brasil possua portos modernos e competitivos, que alimente a cadeia de desenvolvimento e de renda”, acrescentou o ministro.

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