Este ano, moradores da região norte de Ubatuba ficaram assustados com diversas ações criminosas praticadas em bairros até então considerados tranquilos. Para falar sobre as ações da prefeitura diante desse problema, o portal Tamoios News conversou com o Major Edilson Ramos de Oliveira, Secretário Municipal de Segurança Pública e Defesa Social de Ubatuba.
Foto: PMU
“A partir do mês de abril, foi detectado que teve mesmo um aumento de ações de roubo que não eram habituais de ocorrer naquela região do Camburi, Picinguaba, na região norte. Rastreando juntamente com a Polícia Militar do Estado de São Paulo, em contato com a Polícia Militar de Paraty (RJ), e as Polícias Civis, que cuidam da apuração dos crimes, foi identificado que 90% dos veículos produtos de crime eram abandonados na Ilha das Cobras, em Paraty”, disse o Major.
Diante da constatação, o município passou a desenvolver ações de prevenção junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), já que o acesso entre Ubatuba e Paraty é único, feito por rodovia federal (Rio-Santos). O secretário disse que houve aumento do patrulhamento por parte da PRF na área da divisa.
De acordo com o Major, a Polícia Militar também intensificou o patrulhamento interno nos bairros, nas áreas que são competência do município. O comandante da Polícia Militar de Ubatuba, capitão José Eduardo Aquino, deslocou equipe da força tática diariamente para atuar na região norte para fazer trabalho de prevenção e repressão imediata, quando houvesse notícia de crime de roubo. Além disso, uma quadrilha que estava atuando em Ubatuba foi identificada pela Polícia Militar de Paraty, o que contribuiu com a diminuição dos crimes.
O secretário afirmou que esta semana mesmo foi realizada mais uma ação da Operação Divisa, coordenada pelo Batalhão de Caraguatatuba, em parceria com PRF, Polícia Civil, Diretoria de Trânsito de Ubatuba e Guarda Civil Municipal. “Fizemos uma ação usando viaturas e efetivos de todos os órgãos e atuamos exclusivamente na região norte. Nosso objetivo era atuar em todas as frentes. Nós conseguimos ter essa presença massiva. Segunda, terça e quarta, fizemos um trabalho de prevenção, aproximação com a comunidade, conseguindo informações junto à população para trabalhar a prevenção de maneira mais eficiente”, contou Edilson.
Sobre a possibilidade de se instalar uma base fixa da PM na região norte, o Major disse que não há previsão. Segundo o secretário, esse era um modelo antigo e pouco eficiente de segurança. “O modelo antigo que era utilizado, de bases fixas em todos os pontos, era numa época em que não tinha tecnologia avançada como nós temos hoje. Hoje é muito mais importante você ter uma viatura com tablet, acesso permanente à internet, radiocomunicação, e essa viatura cobrir uma área maior, com dinâmica maior, focando no mapeamento de zonas de calor (onde tem maior incidência criminal). Uma dupla de policiais numa viatura cobre uma área extremamente maior do que se você deslocar dois policiais para cuidar de um prédio, de uma estação de base móvel ou base fixa”, justifica. O Major ressaltou que não é só Ubatuba que não está adotando mais a estratégia de usar bases fixas. Trata-se de uma política do Governo do Estado.
A Cia de Ubatuba também conta com apoio da Cia de força tática de Caraguatatuba, sob responsabilidade do Tenente Coronel PM André Luiz Paes, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar/Interior (BPM/I).
Segundo o secretário, a população pode ajudar registrando boletim de ocorrência online. “A parte que a população pode nos ajudar, já fizemos reuniões inclusive com as comunidades da região norte, pedimos que tenham o cuidado de registrar todo tipo de chamado. Há uma cultura que as pessoas publicam em Facebook, WhatsApp, um fato ocorrido, mas não registram boletim de ocorrência. Isso acaba não aparecendo na estatística criminal. Então nós estamos orientando a população para que colaborem registrando boletim online, colocando as características de quem está atuando na região. Assim nós vamos ter o horário, as características do criminoso e também o modus operandi. Isso ajuda muito a direcionar a segurança para aquele local”, concluiu.
