Caraguatatuba Cobrança Pesca Artesanal

Sem rancho para armazenar seus equipamentos, pescador guarda seus apetrechos na areia da praia

Tamoios News

A orla central de Caraguá, já teve no passado, alguns ranchos onde os pescadores guardavam seus apetrechos de pesca. Eram simples, de madeira e cobertos de sapé.

Foi num deles, por exemplo, que alguns pescadores encontraram, na década de 50 ou 60, uma imagem de São Pedro, que originou na cidade a procissão em homenagem ao seu santo padroeiro.

Os ranchos foram aos poucos sendo demolidos e, de lá para cá, a praia central foi recebendo quiosques, mas nenhum rancho para o pescador guardar suas coisas. Há muitos anos, rede e todo material de pesca, são deixados na areia da praia ao relento.

Segundo o pescador Paulo César Castilho Camargo,  o sol e chuva causam danos aos apetrechos, como as redes de pesca, por exemplo. E que, para consertar a rede, os pescadores são obrigados a fazerem o trabalho debaixo de sol ou chuva.

Pescador Paulo César consertando sua rede na praia

 

A Colônia de Pesca Benjamin Constant, a Z-8, cobra há muitos anos a construção de um rancho para os pescadores que vivem no Camaroeiro ou que utilizam aquele local para deixarem suas embarcações e apetrechos de pesca.

Um dos pescadores do Camaroeiro chegou a comentar que é estranho liberarem quiosques de alvenaria na orla, mas construir rancho para o pescador, não ser permitido. O Tamoios News procurou a Colônia de Pesca e a Prefeitura para se inteirar do assunto.

Colônia

O presidente da Colônia de Pesca, José Luiz Carlota, disse que existe dificuldade em aprovar a construção do rancho junto ao SPU(Secretaria de Patrimônio da União) por se tratar de área de marinha e de propriedade da União.

Carlota afirmou ainda que até mesmo o único rancho construído na praia da Cocanha corre risco de ser desativado. “Estamos arrumando toda a documentação para manter a estrutura destinada aos pescadores naquele local e evitar que ela seja desativada por falta de documentação”, disse.

Segundo Carlota, Caraguá têm 300 pescadores e 50 deles no Camaroeiro, um dos mais antigos e tradicionais redutos de pescadores artesanais da cidade. Os outros redutos de pescadores ficam no Porto Novo e no Massaguaçu.

“Estamos conversando com a prefeitura para a construção do rancho de pesca no Camaroeiro, acredito que desta vez, conseguiremos fazer uma estrutura para ajudar os pescadores que vivem lá”,  contou.

Prefeitura

A prefeitura, por sua vez, informou que, com relação ao rancho para apetrechos para os pescadores da Associação de Pescadores do Camaroeiro, o local precisa ser analisado para não incidirmos em área de APP(Área de Proteção Permanente).

A prefeitura informou ainda que está priorizando a revitalização e reforma para do entreposto de pesca, onde é feita a venda do pescado, para posteriormente iniciar um trabalho de estudo e verificação para a construção de um rancho.

O entreposto foi construído no final da década de 70 e reformado em 1998. Agora, deverá ser remodelado pela prefeitura. Trata-se de um espaço muito procurado pelos turistas, que realmente precisar ser valorizado.

Entreposto deve ser reformado pelo prefeito Aguilar Júnior

Segundo a prefeitura, o rancho seria apenas para pescadores devidamente credenciados e membros da associação.

A prefeitura comunicou ainda que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca através do Setor de Agricultura e Pesca tem desenvolvido várias ações e processos com relação aos pescadores artesanais.

E que, estaria em andamento, por exemplo, a  Renovação do Termo de Cessão de Uso do Entreposto do Camaroeiro – sendo analisado em conjunto com a Associação dos Pescadores e a Colônia Z8 (Processo 14914/2018); e, a Revitalização do Entreposto do Camaroeiro (reforma) está em andamento junto à Secretaria de Obras Processo 14194/2016. A reportagem não conseguiu contato com o SPU para que o órgão se pronunciasse sobre o assunto.

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