Tem início nesta quarta(16), em Ilhabela, o “Movimento Bandeira Verde”, que pretende cobrar das prefeituras e do Estado, investimentos urgentes em saneamento básico no Litoral Norte.
O nome dado ao movimento, apartidário, que envolve representantes da sociedade civil, se refere à bandeira da Cetesb(Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que identifica uma praia em boas condições de uso.
Nesta quarta, às 19 horas, na Praça da Mangueira, na Ilha, será o ponto de partida de um movimento que deverá se espalhar pelas demais cidades da região, na busca de investimentos por parte do Estado e Prefeituras, que melhorarem a qualidade e as condições de uso das praias da região.
A Rede Litoral Norte, que integra ongs ligadas as questões ambientais, vai se reunir para definir que medidas deverão ser tomadas para cobrar das prefeituras e do Estado investimentos em saneamento básico na região.
Em Ilhabela, entidades ambientalistas terão um encontro com representantes do MP(Ministério Público), em fevereiro, também sobre o mesmo assunto.
Bandeira Verde
A professora Kika Campos, uma das organizadoras do movimento Bandeira Verde, explica que, a balneabilidade das praias vem piorando a cada ano que passa e, que, a população, até então, se mantinha calada, aguardando que as prefeituras e o Estado tomassem ou tomem as medidas necessárias para ampliar o saneamento básico e reduzir a poluição das praias.
“Acontece que não existe contrato entre as prefeituras e a Sabesp. Existem conversas para a renovação das concessões. Se não existe contrato, como a empresa poderá iniciar ou fazer obras? “, alertou Kika.
Segundo ela, várias entidades e ongs da ilha e, de fora, dela estão se envolvendo nesta questão, que antes só ficava restrita entre prefeitura e Sabesp.
“Temos que acompanhar isso tudo, saber o que será feito e quando será feito, afinal, somos nós é quem pagamos a conta. O que não podemos mais é deixar de usar as praias ou nadar em praias poluídas”, comentou.
Em São Sebastião, Gorgeta Gonçalves, que mora na costa sul, postou um vídeo nas redes sociais, cobrando o envolvimento de todos, nesta questão, das praias poluídas.
“Adoro praia, vim morar aqui por causa das praias, mas agora, não posso frequentar a praia onde moro porque tem uma bandeira vermelha lá, indicando que a praia está cheia de merda. Não podemos aceitar isso”, comentou.
Georgeta explicou, em seu vídeo, que paga a Sabesp pelo uso da água e pelo tratamento do esgoto. E, que não é justo, não poder frequentar a praia porque ela está imprópria.
Segundo Georgeta, a coletividade tem que se envolver nesta questão, cobrar pelo saneamento básico, uma vez que, a prefeitura e a secretaria de meio ambiente, não explicam para a população, o que está ocorrendo, porque tantas praias poluídas.
Em Ubatuba, em abril do ano passado, ambientais resolveram protestar de uma maneira diferente. Eles colocaram 160 cruzes de madeira pintadas da cor preta na Praia do Itaguá, simbolizando a morte da vida marinha, do mar e do Rio Acaraú. Cartazes também foram elaborados e alguns diziam assim: “Não a poluição” e “S.O.S. Acaraú e Baía do Itaguá”.
Na ocasião, o presidente da APPRU(ONG Amigos na Preservação, Proteção e Respeito a Ubatuba), Antonio Augusto de Oliveira Neto, alertava que é preciso melhorar o saneamento básico e lutar para salvar o rio Acaraú, o mais poluído do Litoral Norte de São Paulo.
“Além de poluir as praias, e deixá-las impróprias, essa poluição contamina a população e esses visitantes. A poluição das águas dos rios, contaminam as praias. Ubatuba tem menos de 33% de coleta e tratamento de esgoto”.