Há quase um mês, a Justiça de Ubatuba determinou a suspensão da função pública de três vereadores investigados na Operação Corvêia: Eugênio Zwibelberg (UNIÃO BRASIL), Júnior Jr. (PODEMOS) e D’Menor (AVANTE). Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo, a investigação apura a prática de crimes de associação criminosa, peculato (na modalidade conhecida como “rachadinha”), coação no curso do processo e cárcere privado, entre outros.
No mesmo dia, os suplentes Berico (PODEMOS) e Durval Netto (UNIÃO BRASIL), com apoio dos vereadores Osmar (REPUBLICANOS), Frediani (PL) e Silvinho Brandão (PSD), protocolaram na Câmara pedido de “imediato e urgente chamamento dos suplentes”. Quatro dias depois, a Procuradoria Legislativa emitiu um parecer opinando pelo indeferimento do pedido “a fim de se aguardar novo provimento jurisdicional pelo prazo de 120 dias”.
Com a suspensão judicial de três vereadores, a Câmara começou setembro com duas sessões ordinárias consecutivas encerradas por falta de quórum, com a retirada de plenário dos vereadores Silvinho, Frediani e Osmar logo no início dos trabalhos, cobrando a presença na mesa dos três suplentes dos vereadores suspensos.
Na última sessão no dia 19, o presidente interino da Câmara, vereador Edelson Fernandes (PODEMOS), foi cobrado em plenário pelo vereador Frediani: “Você vai chamar os três vereadores, ou não?”, questionou. Edelson respondeu que não convocou os suplentes porque os três vereadores afastados continuam recebendo salário (no valor de R$ 10.128,80 conforme portal da Transparência). Assim, segundo o presidente interino, a Câmara teria que pagar três vereadores a mais caso convocasse os suplentes.
“Os vereadores não foram afastados, nem foram cassados. Eles foram suspensos. Só que eles recebem o salário mensal deles. Então, se eu colocar os três suplentes, eu vou ter que pagar 13 vereadores, e quem vai pagar por isso depois sou eu”. O presidente interino disse que esteve no Fórum e teria sido aconselhado a esperar 120 dias. Ele também informou que mandou um ofício para o juiz eleitoral para saber seu posicionamento.
Caso sejam convocados, assumem como suplentes na Câmara de Ubatuba: Berico (PODEMOS) na cadeira de Júnior Jr., Durval Netto (UNIÃO BRASIL) na vaga de Eugênio Zwibelberg e Pastor Sandro Anderle (AVANTE) no lugar de D’Menor.
O que dizem os vereadores suspensos
O vereador Eugênio Zwibelberg se manifestou brevemente nas redes logo no dia seguinte à suspensão judicial (01/09). Ele comunicou a posse do presidente interino Edelson e disse que Ubatuba passa por momentos difíceis, “mas a verdade e a justiça prevalecerão”. Nesta segunda-feira (25/09), o vereador Júnior fez uma postagem com um vídeo no qual comenta a suspensão judicial. Ele se diz vítima de armação política da “ex-prefeita cassada e seu grupo”, mas afirma que está recorrendo e confia na Justiça. Já o vereador D’Menor não fez nenhuma publicação nas redes sobre sua suspensão.
Redação/Tamoios News