Modernização, concurso e implantação de Câmara Jovem estão na lista das prioridades
Por Josiane Bittencourt, de Caraguatatuba
Pouco mais de 100 dias no comando da Câmara Municipal de Caraguatatuba, o vereador Renato Leite Carrijo de Aguilar, ou simplesmente Tato Aguilar, concedeu entrevista exclusiva ao Tamoios News e falou um pouco sobre as expectativas para o futuro do Legislativo, sua relação com o irmão – o prefeito Aguilar Junior – os conselhos dados pelo pai, José Pereira de Aguilar, e os desafios de manter a casa em ordem com economia e transparência.
O presidente falou também sobre a intenção de realizar, até o final de 2017, um concurso público para preencher cargos e da implantação da chamada Câmara Jovem que deve atrair adolescentes para conhecer um pouco mais do trabalho dos vereadores da cidade.
Tamoios News (TN) – Qual a sua avaliação geral destes 100 dias de governo. Desde o dia que você assumiu, até hoje, como você vê o andamento tanto do Legislativo como do Executivo?
Tato Aguilar (TA) – O desafio é diário, sempre tem umas questões a serem resolvidas. Aqui acabo resolvendo questões administrativas, políticas e também ajudando o Prefeito em outras ações. Quando nós falamos em irmandade, não é só irmão de sangue, mas também um irmão que quer ajudar na cidade e que quer contribuir com o Município. Então, estamos sendo muito responsáveis para isso.
Com relação às questões administrativas, eu posso ficar mais tranquilo porque eu peguei uma Câmara enxuta. Para se ter uma ideia, estive na segunda-feira em São Sebastião, em um encontro com outros presidentes de Câmaras da região, e percebi que, apesar de todos terem problemas relativamente parecidos, nós aqui estamos até que bem, não posso reclamar. Peguei uma herança de ex-presidentes que enxugaram a Câmara.
TN – E como você tem visto a sua gestão frente ao Legislativo de Caraguá?
TA – Cada um tem a sua marca, cada um tem o seu jeito de trabalhar e qual é o meu? Dinamismo, Publicidade e Tecnologia, eu gosto muito disso. Porque hoje a política tem de ser rápida, dinâmica não pode ser mais aquela coisa arcaica. Quer um exemplo? A Câmara não tinha uma página no Facebook, pode parecer uma bobagem, mas nós criamos e foi bastante positivo porque todo mundo está nas redes sociais hoje. Aumentei a qualidade da transmissão da sessão de Câmara porque havia muita reclamação no passado. Nesta quinta-feira tenho uma reunião com o Tribunal de Justiça para conhecer o sistema deles de processos eletrônicos porque quero acompanhar as tendências, implantar a assinatura eletrônica e, quem sabe um dia, conseguir acabar com o papel. Garantir os trâmites online para dar agilidade, facilidade e transparência. Dentro de mais um mês e meio, vamos lançar um aplicativo da Câmara, para que as pessoas possam acessar com mais facilidade os nossos serviços e acompanhar o nosso trabalho.
TN – Mas tudo isso custa, como ficam os gastos?
TA – Todas as inovações e implantações têm custos, investimentos e gastos. Mas, o que posso dizer, é que neste período todo consegui economizar algo em torno de R$1,5 milhão. Um valor considerável, mas, não meço esforços para aumentar a margem de transparência da Câmara porque todas as ferramentas geram custos, mas, sabemos que a população terá esta resposta.
TN – E como está o clima entre os vereadores tanto da base como da oposição?
TA – Neste período temos trabalhado com o intuito de união entre os vereadores. Por mais que tenhamos hoje parlamentares que sejam oposicionistas, aqui dentro os quinze falam a mesma língua. Pensando sempre no município. Então quando tem oposição e situação são justamente as divergências de ideias de cada um que vai sempre ajudar o município.
TN – Você tem falado bastante sobre a Câmara Jovem o que seria este projeto?
TA – Quero implantar o projeto da Câmara Jovem que é trazer as crianças e adolescentes da rede municipal, estadual e particular para conhecer o Legislativo. Porque hoje, culturalmente, as pessoas acreditam que o vereador tem de fazer o assistencialismo e quando o vereador é tomado por isso ele deixar de fazer o trabalho dele de vereança, de legislar, fiscalizar. E para nós mudarmos isso tem que começar de baixo com a educação dos jovens. A educação legislativa é importante e a nossa ideia é criar uma cartilha e, na verdade, colocar em prática uma lei que já existe na casa e é datada de 2010.
TN – E a proposta da construção da nova sede do Legislativo, como está?
TA – Continuamos empenhados em fazer este projeto sair do papel. Porque precisamos de um novo prédio pensando na melhor qualidade de atendimento à população. Hoje, o prédio está sem condições de atender bem a população. Quem olha a sala da presidência pode até verificar que ela é confortável, bonita, mas as salas dos vereadores estão muito aquém do que a população merece para ser atendida.
TN – O projeto deve sair do papel até o final da sua gestão?
Tato – Não estou falando muito para não gerar expectativas, estamos vendo terrenos, observando áreas e espero deixar o projeto pronto e dar o inicio da construção. Entregar acho difícil por conta da demora do processo, mas, certamente eu vou deixar bem encaminhado.
TN – Como está o andamento do concurso público. Tem ideia de quantos cargos serão necessários?
TA – Estamos nas tratativas, tenho uma reunião agendada para sexta-feira. Eu queria que fosse no primeiro semestre, mas acho difícil. Agora que sai este ano, não tenha dúvida, até porque a Câmara hoje tem 22 efetivos e boa parte está para se aposentar. Hoje temos, no total, contando efetivos, emprestados da Prefeitura e os comissionados somamos 61 funcionários. Certamente precisaremos, de imediato, mais 10 pessoas para trabalhos administrativos, motorista, serviços gerais.
TN – A relação com o Executivo, como você está vendo?
TA – Positiva. Porque eu sempre falo, somos irmãos, amigos vivemos em família, mas, hoje eu sou Câmara ao lado de 15 vereadores que cobram, fiscalizam e apoiam o Prefeito na sua governabilidade. Então, está muito positivo, porque acho que a cidade ganha com isso, por ser irmão do prefeito a responsabilidade é muito maior é o nosso nome que está em jogo. Até porque herdamos um sobrenome com 25 anos de atuação política. Se somarmos todos os mandatos de Aguilar Pai, Aguilar Filho e Tato Aguilar são oito mandatos (5 do meu pai, 2 do Tato Aguilar e 1 do Aguilar Junior). Isto sem contar com os mandatos do meu avô, Dario Leite Carrijo, que foi vereador em São Sebastião por três mandatos. Então esta história nós temos de trabalhar, valorizar com muita seriedade.
TN – Além do orgulho, quais são os maiores conselhos do seu pai agora com dois filhos no comando da cidade?
TA – O Aguilar e a Dona Rose plantaram a sementinha fizeram bem feito o trabalho de base com a educação e eles sabem muito bem os filhos que tem. Mas claro que ele passa a experiência dele de coisas que passou e que o Aguilar Junior também vai passar assim como eu. Não tenho vergonha nenhuma de pedir conselhos e orientação para ele sobre as dúvidas que tenho é absolutamente normal. Ele dá ideias e sugestões. Ele é muito pé no chão e quando ele vê algo que pode dar algo de errado lá na frente ele chega e orienta. E nós temos de respeitar, afinal, são 25 anos de vida pública.
TN – E daqui a quatro anos, como estão suas pretensões na carreira política?
TA – Eu não tenho muita ambição, mas acredito que como todo mundo não entra para uma carreira para me manter sempre no mesmo cargo. Evoluir é preciso, eu sou muito cobiçado pela Executiva Estadual. Não sou pré-candidato a nada, mas, a pressão que tenho lá de cima é muito forte. Mas o futuro, Deus é quem sabe.
