Projeto que prevê o novo serviço tramita na Câmara Municipal e pode ir para votação na próxima semana
Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba
Taxistas que atuam em Caraguatatuba promoveram na última sexta-feira (18) um encontro onde se posicionaram contrários a um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal, que prevê a implantação do serviço de mototáxi na cidade.
Eles se reuniram com o Simtetaxi (Sindicato dos motoristas nas empresas de taxis no Estado de São Paulo) e agora prometem uma paralisação como forma de repúdio à iniciativa, de autoria do vereador Júlio Alves, que pode ir a plenário e votação na próxima sessão de Câmara, no dia 22.
Segundo a categoria, o município conta atualmente com mais de sessenta taxistas, regulamentados e que mantém um esforço contínuo para oferecer um serviço de qualidade. Eles apontam os altos índices de acidentes envolvendo motocicletas na região e consideram muito arriscado a regularização desse tipo de atividade.
O grupo também alega que enquanto os taxistas geram empregos e renda para a cidade, o mesmo não aconteceria com as motocicletas, que são bem mais limitadas, tanto para os passageiros, quanto para os profissionais que atuariam no setor.
Não foi divulgado o dia e o horário que a paralisação deve ocorrer. Apesar disso, a ação deverá contar, além do Sindicato Estadual dos Taxistas, com a participação da Confederação Nacional Taxistas. No Rio de Janeiro a Confederação foi responsável por um dos maiores movimentos de taxista do Brasil, que agora prometeram apoiar a causa dos taxistas de Caraguá.
De acordo com um dos representantes do Simtetaxi, o assistente social e taxista Hélio Monteiro, em dez anos o número de acidentes envolvendo motos subiu 263,5%. Em 2011 esses desastres vitimaram e tiraram a vida de mais de 11 mil pessoas no Brasil. Nesse mesmo período, conforme registro do Ministério da Saúde, ocorreram quase 160 mil internações em decorrência de acidentes, que geraram custos aos cofres públicos de R$ 205 milhões. Desse total de internações, mais de 40% foram casos com motociclistas.
“Precisamos pensar no orçamento do município, na segurança, saúde pública, pois quem irá sofrer o impacto será o munícipe, que vai para hospital e chegando lá poderá ter filas e mais filas por conta de acidentes. Por outro lado, os esforços pela qualidade no transporte passageiro como todo vem sendo feito em Caraguá. Só no táxi temos uma frota nova com ar-condicionado, motoristas que passam por curso de capacitação, carros padronizados com cores, faixa e além da segurança”, disse Monteiro.