Trabalhadores da construção civil reivindicaram apoio do Legislativo para contratações da categoria
Presidente da Associação dos Trabalhadores da Construção Civil e Industrial de São Sebastião fez uso da tribuna para cobrar atitudes dos políticos da região
Por Rafael César, de São Sebastião
A sessão de Câmara de São Sebastião desta terça-feira (03), teve a presença de cerca de 30 trabalhadores desempregados da construção civil e industrial que pediam mais oportunidades de emprego na região.
O grupo foi representado pelo presidente da Associação dos Trabalhadores da Construção Civil e Industrial de São Sebastião, Sebastião Vieira de Souza, que fez uso da tribuna para reclamar da postura dos vereadores e do prefeito em relação aos problemas sofridos pelos profissionais do setor.
O presidente destacou a dificuldade de conseguir vagas no município e a falta de serventia do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) da cidade, além de criticar a postura e os debates do Legislativo em torno do assunto.
“Os vereadores perdem muito tempo discutindo questões partidárias e rivalidades municipais. Eles têm que parar de tomar esse tipo de atitude, pois enquanto eles ficam jogando palavras ao ar, nós vemos um monte de gente desempregada. As reclamações da classe é antiga e continuam sem solução. Os vereadores devem agir para melhorar a situação desses pais de família que necessitam de um salário”, afirmou.
Souza também disse que não adianta levar currículos no PAT, porque existe uma falta de organização na hora de enviar os perfis para as empresas. Segundo ele, os currículos são misturados com os de outras pessoas que não moram há muito tempo na região e que não deveriam ter preferência na hora de conseguir as vagas.
“Criamos cadastro no PAT nem sei para que. Nunca ninguém é chamado e quando surge vagas não vejo ninguém lembrando da gente. O motivo disso é que os currículos que enviados são de pessoas que têm experiência em outros municípios e moram há pouco tempo na região. Eu gostaria que esses currículos fossem enviados pela nossa associação”, disse o presidente do sindicato.
Os debates sobre o assunto foram alavancados, quando o vereador Gleivison Gaspar (PMDB), citou os problemas com o projeto de lei que obrigava a contratação de 70% de mão de obra local, que recentemente teve uma alteração para contratação de trabalhadores da região do Litoral Norte e não apenas local.
Segundo o vereador, os prefeitos de outras cidades que possuem projetos de lei parecidos ficaram de fazer a mesma coisa, algo que não aconteceu, por exemplo, em Caraguatatuba.
“Os trabalhadores da nossa cidade ao chegar em outros municípios que cedem vagas são maltratados. Enquanto isso, aqui na nossa cidade todos são bem recebidos. Não consigo entender como podem fazer isso conosco. Na minha visão, alguém sofreu pressão para mudar essa lei, quando alterarmos a lei para proibir a construção de alojamentos, imaginei que tudo melhoria, mas errei”, comentou o vereador.
Para Sebastião Souza medidas deverão ser tomadas por ele e pelos trabalhadores,, caso não ocorra uma melhoria na contratação da classe. “Nós entregaremos currículos no porto e esperamos que contratarem pelo menos meia dúzia. Senão, iremos fazer um protesto próximo ao porto para impedir as atividades por lá”, completou.
Os projetos
Na ordem do dia não havia nenhuma matéria prevista para discussão. Os vereadores fizeram apenas a leitura de projetos e requerimentos durante a sessão. Foram cerca de 15 requerimentos encaminhados ao Executivo e houve a leitura de cinco Projetos de Lei.
Havia também um projeto de emenda à Lei Orgânica, que propõe uma alteração na referida lei para estabelecer o não pagamento da taxa do transporte público aos idosos com idades a partir de 60 anos. Atualmente essa lei prevê a isenção para maiores de 65 anos. O projeto é de autoria do vereador Jair Pires (PSDB) e foi encaminhado às comissões para emitirem seus pareceres.
