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Trabalhadores do porto de São Sebastião fazem greve contra mudanças na lei do setor

Tamoios News
Estivdores do Porto de São Sebastião

Trabalhadores do porto de São Sebastião (SP) entraram em greve por 12 horas na terça-feira (22). O objetivo da paralisação, que também aconteceu em diversos portos do Brasil, é a oposição às mudanças na Lei dos Portos (Lei 12.815/2013) que propõe redução dos direitos trabalhistas dos portuários.

A greve foi coordenada pela Federação Nacional dos Portuários (FNP), Federação Nacional dos Estivadores (FNE) e Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias Portuários Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios. Entre as mudanças propostas pela comissão criada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL), que tem a intenção de reformular essa legislação, estariam, por exemplo, a extinção do adicional noturno e o pagamento por adicional de risco, além de permitir a terceirização de atividades como o serviço de guarda portuária.

Além do mais, as entidades sindicais expressam preocupação com a composição da comissão, já que é majoritariamente formada por juristas alinhados aos interesses empresariais. “Tudo o que está em outro patamar do que já se tratou ao longo de séculos e que hoje se consagra nas relações trabalhista, através de acordos coletivos, eles querem por fim. Querem abrir de uma forma que vai escravizar o trabalhador portuário”, afirmou o Conferente de Carga do Porto de São Sebastião e atual presidente do COMPORTO, Felipe Zangado.

A partir desta quarta-feira (23), as lideranças do setor portuário de todo Brasil irão participar de uma discussão, em Brasília, junto aos deputados da Câmara Federal e da comissão de juristas que foi convocada pelo Presidente da Câmara para avaliarem tais mudanças na Lei 12.815/2013. “Em não havendo possibilidade de nós caminharmos de uma forma justa, honesta e que permita que haja equilíbrio nessa relação capital/trabalho através dessa nova lei, que praticamente reconstrói o conceito de escravidão, nós iremos fazer uma paralisação em todo o Brasil de modo indeterminado. Até dado momento, claro, que nós vamos seguir determinadas regras estabelecidas pelas leis na questão da greve. Nós somos uma categoria essencial e reconhecemos nosso compromisso com a nação e nossa responsabilidade com o povo brasileiro. Se as coisas não reverterem de forma minimamente equilibrada, a gente não sabe bem como que nós vamos parar, mas muito provavelmente nos tornaremos insurgentes”, finalizou Zangado.

Redação/Tamoios News