Transpetro não responde sobre medidas de segurança após queda do muro

Moradores ficaram assustados e relatam falta de manutenção nos muros da estatal 

Por Leonardo Rodrigues

As fortes chuvas que atingiram São Sebastião e deixou a cidade em Estado de Emergência, também trouxe reflexos a maior empresa da região – a Petrobras. Parte do muro da Transpetro – subsidiária da Petrobras, na Rua Ilhabela, no bairro da Vila Amélia, região central sebastianense, veio ao chão com a força da água na madrugada de quinta-feira (15).

“De repente uma explosão muito forte”, descreve Roberto Silva, morador da Rua Ilhabela, local do incidente. Ele gravava a chuva intensa que caia na tarde de quarta-feira (14), quando foi surpreendido com a queda do muro.

Segundo ele, que mora há 50 anos no local, com o rompimento do muro o volume de água, que estava represado, aumentou invadindo casas e carros. “Nunca aconteceu aqui na rua de água entrar nas casas e ter carros boiando. Quando chove é possível observar a água saindo pelos buraquinhos do muro da Petrobras”, conta, ele que teve problemas com o carro, já que a água entrou no motor.

“Antes do muro cair a rua não estava cheia. A água estava represada no muro. Quando caiu é que veio aquela onda para dentro das casas”.

Carlos Thiago Kojo relata que perdeu guarda roupas, berço e colchão com a invasão da água em sua casa. Mas admite que seu prejuízo poderia ser ainda pior. “Quando eu tirei o carro da frente de casa o muro veio abaixo”, revela.

Para ele, deveria ter outros pontos de escoamento da água. “O único ponto é a vala (Córrego do Outeiro). Teria que ter uma represa para água das chuvas”, fala ao se referir sobre suas expectativas quanto a Transpetro. Ele ressalta que não houve ainda qualquer contato da empresa sobre as perdas dos moradores.

Maria dos Santos relata que a água chegou acima do joelho dentro de sua casa. “Perdi todos os meus móveis, todas as minhas louças. A água levou embora 10 sacos cheios de roupas”, conta ela que trabalha em um brechó. “Levei um susto. Parecia um relâmpago. Na hora minha televisão estouro”, diz ao relembrar o momento da queda do muro.

Para Maria, o muro veio ao chão por falta de manutenção. “Ninguém cuida disso (muro). E também ninguém da empresa veio perguntar sequer se a gente está vivo”, desabafa.

Outro morador, José da Silva de Oliveira ressalta que há vários pontos do muro que apresenta há tempos rachaduras antigas. “Esse muro foi mal construído. Não há nada que dê firmeza”, considera ele que também teve seu carro invadido pela água.

Apesar da localidade ser um bairro residencial e o incidente ser bem próximo de diversas casas, não houve registro de pessoas feridas.

Outro lado – A reportagem procurou a empresa para saber o motivo para que parte do muro da empresa tenha sido rompido, e de quanto tempo será sua reconstrução. Também foi questionado quais medidas de segurança a estatal pretende adotar para evitar que se repita a situação, já que o incidente foi em um bairro residencial no Centro da cidade. Outra pergunta foi sobre que tipos de providências a empresa está tomando no momento, já que se abriu da rua acesso à estatal. Contudo, a empresa através de assessoria de comunicação no Rio de Janeiro, se pronunciou por meio de nota:

“A Transpetro informa que devido às fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo na madrugada de quinta-feira (15) parte do muro localizado nos fundos do Terminal Aquaviário de São Sebastião foi atingida pela força da água. Ninguém se feriu. A companhia já tomou as providências necessárias para a reconstrução do muro. O terminal está operando normalmente”.

Confira o vídeo do momento da queda do muro da Transpetro, no Centro de São Sebastião:

O local do incidente na tarde dessa sexta-feira (16)