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Turista e moradores reclamam de problemas de mobilidade urbana na região

Tamoios News

Por Leonardo Rodrigues

O último feriado prolongado no Litoral Norte, entre os dias 12 e 15, atendeu todas as previsões feitas para quem estava na região. Sol, praia e trânsito. Destino certo quando há feriado, ou durante período de férias escolares e Temporada, o Litoral Norte sofre com suas limitações em mobilidade urbana. Com apenas uma grande via principal – SP 55, a região apresenta em épocas assim um tráfego maior que sua capacidade. A consequência são horas no trânsito e que pode piorar caso alguém esteja em direção a Ilhabela, em que provavelmente encontrará outra fila – a da balsa.

Com o aumento no número de veículos em trânsito na região, instrumentos como lombofaixas são apontados como um dificultador para a fluidez no tráfego. Um exemplo é Jaime Dicastro, morador da capital, que tem uma casa no bairro da Enseada, na Costa Norte de São Sebastião. Ele relata o congestionamento que se inicia no bairro do Arrastão, região central sebastianense, e chega a ultrapassar a divisa com Caraguá.

“Quero fazer uma sugestão para minimizar os congestionamentos que ocorrem na estrada por causa da passagem elevada na Praia do Arrastão em todos os feriados e na alta temporada. Se o Departamento de Trânsito aqui, de São Sebastião, colocasse um agente para orientar  os pedestres naquele local, não haveria tanto congestionamento”, compreende Dicastro.

O argentino Juan Eduardo Setaro, morador há oito anos no Portal da Olaria, em São Sebastião, também concorda que a lombofaixa da Praia do Arrastão dificulta o trânsito. “Sempre quando se passa por ela o trânsito começa a fluir. Antes da lombada o que se vê é um acúmulo de carros”, observa. Contudo, Setaro pondera sobre riscos e a necessidade para pedestres. “Eu realmente tenho dúvidas se fosse retirada a lombada, os motoristas iriam respeitar os pedestres”, comenta.

Setaro entende que a região se limita a uma via para o trânsito, que divide ainda o espaço com veículos de pequeno, médio e grande porte. “Carros e motos ainda precisam trafegar com caminhões em uma região com apenas uma grande avenida. Sinceramente não vejo uma solução rápida. A esperança pode ser quando estiver pronta a pista por cima”, fala o argentino ao se referir às obras de construção do Contorno Sul, que liga a descida da serra à Rodovia SP-55.

Vanessa Costa, moradora do Arrastão há 40 anos, comenta que a travessia de pedestre em épocas de férias, ou feriados se torna algo que acaba refletindo no trânsito. “O pessoal atravessa tirando foto. O turista está a passeio. Nesse feriado levei 40 minutos do Centro até aqui”, relata.

Porém, ela entende que a remoção da lombofaixa não seria a solução. “O que precisa é alguém organizando a travessia de pedestres, que pode ser me grupos. A equipe do Departamento de Trânsito pode não só organizar, como também fazerem os caras, tanto turista quanto motorista, andarem”, avalia.

União – Para o morador de Caraguatatuba, Rodrigo Tavano, a questão vai além de mobilidade urbana, e também compreende investimentos em estradas e Turismo. “Mais um excelente feriado em todo o Litoral Norte, gerando renda, empregos, impostos, milhões de reais circulando nas cidades, e o problema de anos continua. Estrada Rio Santos caótica, construída na década de 80. Mais uma vez demorei três horas para andar cerca de 200km, e mais quatro horas do Centro de Caraguá até a Tabatinga (região norte da cidade)”, conta ao afirmar também ter ouvido o mesmo relato de turistas e veranistas.

“Sem contar a saga com a travessia da balsa até Ilhabela. Todas as cidades vivem do Turismo. A população vive direta ou indiretamente do Turismo. A população demora horas para ir trabalhar, fazer compras ou ir ao hospital. Está na hora de todos se unirem e buscar alternativas. Porque não unir as polícias Rodoviária, Militar, Dersa, Detran, prefeitos, , vereadores, empresários, associações, entidades e outros, e não fazer ações emergenciais nos feriados?”, indaga.

Tavano sugere como exemplo de ações que podem ser adotadas em períodos de tráfego intenso, a liberação do acostamento em determinados horários, rotas alternativas no trechos possíveis – como próximo ao Serramar Shopping, e Spani. Além da liberação de pista contrária em outros pontos com separação de cones, e agentes de trânsito dos municípios e policiais rodoviários coordenando o trânsito.

“Tenho certeza que com uma união vão encontrar alternativas para minimizar o problema enfrentado pelos moradores e os visitantes. É inadmissível andar 200km em três horas, e chegando em Caraguá para se locomover para as outras cidades levar mais de três a seis horas, dependendo da localização”, diz.

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  • A faixa elevada é utilizada para a segurança do pedestre. Não é uma lombada. Existem dezenas de faixas elevadas em Caraguatatuba e não ocorre trânsito. O que falta são agentes de trânsito organizando. A cidade teve um aumento populacional, de veículos e tem apenas uma via para carros, caminhões e motos. As motos ultrapassam os carros na contramão, não param na faixa elevada. Porém acredito que a faixa poderia ter um declive maior para facilitar a passagem dos carros. Por muitos anos, a cidade só foi passagem para Ilhabela. Se você for a Caraguátatuba, não vai encontrar placas informando sobre São Sebastião, mas sim, Ilhabela. Mas a prioridade são os moradores da região. É revoltante pensarem no tempo de movimentação de carros, quando a questão é a segurança dos pedestres.

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