Por Raell Nunes
O Centro Universitário Módulo de Caraguatatuba voltou a cobrar estacionamento de estudantes e a situação está causando revolta de alguns alunos. A cobrança começou no dia 5 de fevereiro e foi suspensa três dias depois. No entanto, nesta segunda-feira (12), a taxa de R$ 5 a R$ 6 (dependendo do veículo) está sendo requisitada novamente.
O Módulo, que é uma filial da Cruzeiro do Sul, – uma das maiores do Brasil no mercado e que mantém anúncios com mídias de abrangência nacional, inclusive em jogos de futebol – fez um informativo aos alunos relativo ao estacionamento.
Segundo a universidade, com o objetivo de garantir a segurança dos usuários do estacionamento no Campus Martim de Sá, este passará a ser um serviço privado, ofertado por uma empresa com ‘expertise’ neste segmento: a JLPark. Conforme esclarece, as vantagens são: a preservação do seu bem, sendo que o serviço inclui seguro para o veículo.
De acordo com o Procon da cidade, “a questão da cobrança é um assunto delicado em função do inconformismo dos alunos, já que o Centro Universitário Módulo não tinha o costume de taxar o estacionamento, mas a cobrança não é considerada ilegal”.
Estudante do Módulo há 2 anos, Inácio Gomes (ele não quis revelar o curso), ficou indignado com a cobrança, pois o mesmo demora cerca de 1h de Ubatuba a Caraguatatuba, custeia a gasolina, a manutenção do carro e não vê motivos para pagar um local para colocar seu automóvel.
“É revoltante. O Módulo tem pouca estrutura, a mensalidade é amarga para o litoral e ainda temos que pagar estacionamento. Sinceramente, eu quero que esse negócio não dê certo. Todos estão colocando seus carros aqui fora. O futuro deles é a falência”, afirma.
A rua na qual a universidade está inserida está ficando repleta de carros, motos e afins. Assim, o trânsito na localidade está mais intenso e os índices de roubos e furtos podem aumentar. Até os portadores de necessidades especiais estão sendo prejudicados, uma vez que estão estacionando nas rampas que dão acesso ao Módulo.
Aluno há 1 ano e meio, César Souza (também não revelou o curso), prevê que a criminalidade pode aumentar na região, diante da circulação constante de veículos nas vias nas imediações da unidade de ensino. “É um problema para a faculdade, para nós e para a cidade em si. Mas acredito que isso não vai para frente, tem muita gente rejeitando. Não sei o que querem com isso”, conclui.
Em nota publicada à época que a polêmica surgiu, o Módulo esclareceu que a terceirização se deu devido às ocorrências de furtos e riscos dos veículos dos alunos, que culminaram com ações cíveis de ressarcimento pelos prejuízos.