Vazamentos de supostos dados da Operação Prelúdio II, que vem sendo investigada em sigilo pela Polícia Federal e que resultou no afastamento do ex-prefeito Márcio Tenório, da Prefeitura de Ilhabela, surpreendeu três vereadores da ilha, deixando-os em situação bem delicada politicamente.
Os dados, envolvendo os vereadores, vazaram no fim de semana nas redes sociais. Dois, dos três vereadores envolvidos, trataram de explicar que não procedem as supostas acusações e que aguardam com tranquilidade as investigações.
A Operação Prelúdio II ocorreu no dia 14 de maio, em Ilhabela, para apurar os crimes de fraude à licitação, superfaturamento de preços, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e associação criminosa.

Policia Federal chega na Prefeitura
A Operação Prelúdio II deflagrada em Ilhabela, São Sebastião e Caraguá pela Polícia Federal afastou o prefeito Márcio Tenório do cargo e outros quatro funcionários da prefeitura da ilha, abriu investigações sobre dois vereadores da cidade e prendeu três pessoas, em Ilhabela, Caraguá e São Sebastião. Um total de 90 policiais federais de São Sebastião, Campinas, Santo André e Santos cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão e seis mandados de afastamento de função pública.
Na ocasião, os policiais federais estiveram na Prefeitura Municipal e na Câmara Municipal. Na Câmara, os policiais levaram documentos e computadores de vereadores e funcionários. No balanço final da operação, no dia 14, na sede da Polícia Federal, foi informado que existem suspeitas sobre alguns agentes políticos, que teriam recebido dinheiro por parte do empresário Adriano Pereira, preso pela PF em sua casa em Ilhabela.
A Operação Prelúdio II continua sendo investigada em sigilo. No fim de semana, surgiram nas redes sociais documentos relativos operação realizada na ilha, com destaque a um documento, supostamente do MP(Ministério Público) de Ilhabela, onde aparecem os nomes de pessoas, entre elas, três vereadores, que teriam recebido dinheiro do empresário Adriano Pereira, que permanece preso em uma unidade de Tremembé, no Vale do Paraíba.

“Suposto” documento que vazou nas redes sociais citando os vereadores
O vazamento dos documentos nas redes sociais preocupou os vereadores, que segundo consta, não teriam intimados pela PF. No documento, que seria do MP, consta os nomes dos três vereadores que “supostamente” teriam recebido dinheiro do empresário Adriano Pereira, para facilitar as operações da empresa dele na cidade.
O vereador Marquinhos Guti, presidente da Câmara, teria recebido R$ 5 mil; o vereador Gabriel Rocha(SD), R$ 20 mil: e o vereador Cleison Guarubela(DEM), R$ 30 mil.
Procuramos a assessoria da Câmara para ouvir as declarações dos vereadores que “supostamente” estariam sendo investigados pela PF. O vereador Gabriel Rocha, bastante indignado, com o vazamento dos documentos e a citação de seu nome, se manifestou. Ele confirmou que está sendo investigado e que colabora com as investigações.
“São as notícias compartilhadas em mídias sociais de forma irresponsável com intuito de denegrir a minha imagem. Me sinto na obrigação de prestar esclarecimentos àqueles que confiam no meu trabalho e me deram seu voto de confiança. Estou aqui em respeito à vocês! Em nenhum momento foi dito que há provas comprovadas sobre as supostas acusações! Os documentos fazem parte de uma investigação da PF, da qual estou colaborando para que todos os fatos sejam esclarecidos. Os meus advogados estão a par da situação, bem como deste material e a verdade será esclarecida, confio no trabalho da Polícia Federal e eu mais que ninguém quero que tudo isso seja esclarecido! Quem não deve não teme! Sou inocente e vou provar diante da justiça que não tenho nenhum envolvimento com essas acusações!” , comentou Rocha.
Não conseguimos contato com o presidente da Câmara, Marquinhos Guti, mas quando ocorreu a operação, Guti, falou que os policiais estiveram na Câmara, inclusive, em seu gabinete, mas negava qualquer envolvimento com o empresário preso, em cuja casa, teriam sido encontradas as anotações, supostamente, envolvendo o seu nome.
Em entrevista a um site da ilha, Guti disse que não pediu e nem recebeu dinheiro do empresário. Ele colocou seus dados bancários e telefônicos a disposição de todos e afirmou que tudo deverá ser esclarecido ao final das investigações.
Guti comentou ainda que atuou como presidente de uma comissão, que fiscalizou a referida empresa, pertencente ao empresário preso pela PF, cobrando explicações sobre o contrato que ele mantinha com a prefeitura.
O vereador Cleison Guarubela disse que está tranquilo. Segundo ele, na planilha com detalhes de supostos pagamentos feitos pelo empresário Adriano Pereira aos agentes políticos aparece o nome de “Crevisor ” e não, Cleison. O próprio vereador encaminhou uma foto da planilha com os supostos pagamentos feitos pelo empresário para mostrar que nela consta outro nome e não o seu. Veja abaixo: