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Venda e consumo de mexilhões ainda estão suspensos em cidades do Litoral Norte

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O motivo é a contaminação dos moluscos por algas que liberam uma toxina natural, imprópria para o consumo humano

Por Ricardo Hiar, de Caraguatatuba

 

A venda e o consumo de mexilhões continuam suspensos em cidades do Litoral Norte. A restrição aconteceu após análises mostrarem um alto grau de contaminação dos moluscos por toxinas, liberadas naturalmente por uma espécie de alga. A proibição é destinada ao mexilhão proveniente da região Sul e Sudeste do país. Ainda não há previsão de quando essa situação será revertida. No ser humano, essas toxinas causam sintomas de intoxicação alimentar, incluindo vômitos e diarréias.

A primeira cidade a se posicionar sobre a proibição do consumo foi Caraguatatuba, quando no início de julho, emitiu o alerta sobre os problemas encontrados nos moluscos. Desde então, outras análises foram realizadas no mar, na região das produções de mexilhões. Apesar disso, os resultados continuam apontando a contaminação.

Por conta disso, a vigilância sanitária da cidade fez um alerta para os comerciantes do setor alimentício, sobre a proibição da venda dos Moluscos Bilvalves, que incluem mariscos, mexilhões, ostras e berbigões. Os restaurantes que produzem pratos com esses itens, só poderão vender caso tenham o produto proveniente de outras regiões do país e que consigam comprovar tal procedência.

Segundo Guilherme José Garrido, médico da Secretaria de Saúde de Caraguatatuba, os bares, restaurantes e quiosques da cidade continuam sendo vistoriados, de modo a não permitir a comercialização de produtos que estejam em desacordo com as normas. O material encontrado impróprio para consumo está sendo inutilizado.

As Microalgas Dinophisys Acuminaa são responsáveis pela contaminação dos mexilhões. Elas já resultaram na restrição de consumo dos moluscos em cidades litorâneas da região Sul e Sudeste, como Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro.

Natalie Cardozo, secretária adjunta de Meio Ambiente, explicou que em Caraguatatuba a produção acontece na fazenda da Cocanha, a única da cidade, e são esses mexilhões que não podem ser consumidos por enquanto. Ela destacou que é uma decisão temporária e que a secretaria tem acompanhado semanalmente as análises da Cetesb, para saber sobre a qualidade da água e a presença das algas tóxicas.

Assim que as análises mostrarem que a água está em boas condições e sem contaminação, serão realizadas análises da carne do mexilhão. Segundo a secretária, não há risco de perda da produção local, visto que o mexilhão realizada um processo de autofiltragem e consegue eliminar qualquer substância nociva ao consumo humano. 

Ela ainda diz que nesse tempo os moluscos estão em contato com correntes mais frias, que possuem mais nutrientes e que resultarão em produtos ainda melhores. “Enquanto não podem ser comercializados, eles estão ganhando peso. Quando a venda estiver liberada, estarão mais bonitos, maiores, mais robustos”, comentou.

Já em Ilhabela, a restrição ocorreu por meio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que solicitou interdição cautelar da venda e consumo dos moluscos bivalves. A prefeitura emitiu o comunicado para o cumprimento da determinação e informou que o desrespeito acarretará em medidas legais, conforme o artido 122, inciso XX, da Lei Estadual 10.083 e a Federal 8.078/90.

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