O narguilé, uma espécie de “cachimbo coletivo”, está cada vez mais presente nas areias das praias do Litoral Norte
Por Salim Burihan
Depois da “caixinha de som portátil”- que as prefeituras prometem fiscalizar a partir do início do verão(leia matéria no portal), o narguilé parece que se transformou na nova “onda” dos jovens que frequentam as praias da região.
Esse “cachimbo coletivo”, de origem oriental, que virou modas a partir de 2017 nos bares e tabacarias chega as praias com a promessa de se transformar em moda no próximo verão.
O narguilé, que custa entre R$ 50 a R$ 300,00 nas lojas da capital paulista, é um cachimbo de água. O ar aquecido por carvão passa pelo fumo e resfria no líquido antes de ser aspirado – e eliminado em seguida – pelo usuário.
Os jovens usam um fumo, também conhecido como essência, é composto de tabaco e frutas ou aromatizantes, com os mais variados sabores.
Nos últimos feriados prolongados o uso de narguilé passou a ficar mais frequente nas praias de Caraguatatuba. A “galera” se reúne ao redor do o som portátil e usa o narguilé.
No último feriado, o jovem Evandro Néder, de 23 anos, da capital paulista, dividia o “cachimbo coletivo” com outros dois amigos na praia de Martim de Sá, em Caraguá.
“É para fazer um social, fazer uma média com a galera”, comentou Evandro. Ele disse que o pagou R$ 300,00 pelo kit, mas que os mais caros e sofisticados podem chegar a R$ 3 mil.
Segundo Evandro, ele e os amigos estavam fumando uma essência que misturava tabaco com glicerina. “Eu só fumo na praia, no dia a dia não fumo nem cigarro”, comentou.
Indagado se o cheiro incomoda os banhistas, Evandro disse que não. “Não é igual cheiro de cigarro é mais essência. Não incomoda às pessoas que estão próximas”, disse.
Cerca de 50 metros de Evandro, um grupo de quatro meninas de São José dos Campos, “fumava” o narguilé, também ao redor de um som portátil.
O narguilé das meninas era bem mais vistoso e colorido. “Se virou moda eu não sei, só sei que é legal curtir o narguilé enquanto se toma sol”, comentou Nayara Sales, de 18 anos.
Segundo ela, outros amigos de São José dos Campos também estão trazendo seus narguilés para as praias quando descem para o Litoral Norte nos fins de semana e feriados.
A veranista de Campinas, a artista plástica Cleide Silva, disse o cheiro do narguilé “às vezes incomoda”, depende da essência.
“Acho que os jovens deveriam evitar usar isso na areia da praia, mas fazer o quê, parece que virou moda”, comentou.
A presença cada vez maior do narguilé nas areias e calçadões a beira mar tem chamado a atenção dos ambulantes.
Wilson Gomes, que começou vendendo CDs, depois, acessórios de celular e, agora, caixas de som portátil, afirmou que vai saber onde comprar o equipamento para poder vender na praia.
“Se esse negócio tá virando moda, tenho que aproveitar para faturar mais”, disse. Ele vende cerca de dez caixinhas de som portátil por dia(aos sábados e domingos) e acredita que vai se dar bem na venda de narguilé.
As prefeituras, por enquanto, não se dizem preocupadas com o uso do narguilé nas areias das praias. Por enquanto, não existe nenhuma legislação municipal sobre o uso desse equipamento a beira mar.