O primeiro suplente na lista para assumir o cargo era Elias Rodrigues de Jesus (DEM), que abriu mão, abrindo espaço para os trabalhos temporários de Cardim
Por Rafael César, de São Sebastião
A sessão da Câmara de São Sebastião desta terça-feira (1), apresentou uma mudança em uma das 12 cadeiras destinadas aos vereadores da Casa Legislativa sebastianense. O suplente Fabrício Cardim assumiu o lugar do vereador Ernane Primazzi (PSC), o Ernaninho, que pediu afastamento pelo período de um mês.
O primeiro na lista da coligação para assumir o cargo era Elias Rodrigues de Jesus (DEM) que renunciou a vaga. Seguindo a ordem dos suplentes, Fabrício foi o contemplado com o cargo. Todos os vereadores deram as boas vindas ao novo vereador e o parabenizou pela oportunidade.
“Eu realmente não esperava essa chance tão em cima da hora. Estamos próximo de uma transição de governo. O sentimento que sinto é de euforia e entusiasmo, pretendo nestes 30 dias representar os cidadãos sebastianenses. Desejo fazer requerimentos e até um projeto de lei. Acho que dá tempo, o problema é se a iniciativa vai de encontro com os interesses do Legislativo e do Executivo, pois às vezes um poder acaba barrando o outro”, disse Fabrício.
Segundo o novo vereador, Ernaninho está com alguns problemas de saúde e deverá passar por uma cirurgia, por isso, o vereador que foi reeleito para mais um mandato precisou desse afastamento. Cardim explicou que anos atrás a ordem dos suplentes foi mudada.
“Quando o presidente da Câmara ainda era o Marcos Tenório aconteceu uma transição, porque ele quis se afastar e quem iria assumir a cadeira dele era o Giovani Pixoxó (PSC). Ele possuía um cargo público e não quis entrar no lugar do Tenório, assim fiquei como segundo suplente, pois era o terceiro. Quem entrou na época foi o pastor Elias, que hoje não é mais do PSC, portanto, não acharia justo ele assumir novamente. Mas apesar disso, ele já tinha aberto mão da vaga, pois está entre os 12 vereadores eleitos para a próxima gestão”, explicou Cardim.
O pai de Fabrício, José Cardim de Souza, já teve cinco mandatos como vereador e também já foi secretário de Cultura da cidade. Ele disputou as últimas eleições como vice e Wagner Teixeira, mas não foi eleito. O tio dele, Marcos de Souza, também atuou duas vezes como vereador e hoje é chefe de gabinete e ouvidor da prefeitura de São Sebastião.
Quando se candidatou, Fabrício, conseguiu um pouco mais de 520 votos. Segundo ele, sem muitos recursos financeiros para a campanha não foi possível conquistar a margem necessária que garantisse uma cadeira no Legislativo, mas pelo menos foram votos conquistados por meio de um trabalho honesto.
Ele conta que chegou até receber propostas de interessados em financiar sua campanha em 2012, o que poderia aumentar as chances nas urnas, mas preferiu não ceder a pressão, e com isso não ficar atrelado a outros interesses, que não fosse o trabalho em prol da comunidade sebastianense.
“Estou muito orgulhoso do meu filho esta noite. Eu acabei saindo da política por opção, no entanto, há pouquíssimo tempo voltei a aparecer no PP, mas com uma candidatura diferente das outras, como vice-prefeito. Quero que meu filho tenha uma carreira honrosa na política local e apoio ele demais. A mãe dele não gostaria que ele entrasse para política, mas é a vida”, contou José Cardim.
Projetos de lei e outros assuntos
Houve cerca de dez requerimentos apresentados na reunião da Câmara, um projeto de decreto Legislativo e dois projetos de lei votados na ordem do dia. O projeto de decreto Legislativo era de autoria do Executivo e continha a prestação de contas do município no ano de 2014.
O corpo técnico de especialistas do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo debruçou-se sobre os documentos para analisar todo o conteúdo presente na prestação de contas do município e concluiu que tudo estava correto.
Além da análise feita pelo Tribunal de Contas, uma comissão de finanças e orçamentos formada no Legislativo e, presidida pelo vereador Edvaldo Pereira Campos (PSB), o Teimoso, averiguou os documentos e não constatou irregularidades. Após essa tramitação, o projeto de decreto será encaminhado para promulgação.
“As contas chegaram com o parecer positivo do Tribunal de Contas, algo que facilitou o nosso trabalho, porque no Tribunal existe uma equipe especializada e destinada a essa averiguação. Os gastos apartados serão analisados com mais rigor por essa casa de leis e se houver irregularidades o prefeito Ernane vai sofrer as consequências. O valor gasto no município, em 2014, foi de R$ 670 milhões”, disse Teimoso.
O primeiro projeto de lei a ser colocado em votação na Câmara foi de autoria do vereador Gleivison Gaspar (PMDB), o Professor Gleivison, e do presidente da Câmara Luiz Antonio de Santana Barroso (PSD), o Coringa. O PL alterava a lei municipal número 867/92 que institui a FAPS (Fundo de Aposentadoria e Pensões do Servidor Municipais).
“Estamos criando um mecanismo de controle e transparência para todos os servidores conseguirem informações sobre esse fundo de aposentadoria, que de vez em quando parece uma caixa preta para muitos. Agora, há cada quatro meses terá uma audiência pública para mostrar quanto de dinheiro está entrando e poderemos condensar sem muitos termos técnicos tudo aquilo que os servidores desejam saber em torno do assunto”, explicou Gleivison.
O outro projeto foi de autoria do vereador Marcos Fuly (PTB), acabou sendo acatado por unanimidade, como todos os outros apresentados na Casa. O PL declarou que a Associação Iniciar-te é de utilidade pública do município. Ambos os projetos serão encaminhados para a sanção do prefeito.
O pastor Tiago Borges, que acompanhava a sessão desde o começo, gostou da reunião, entretanto, não admirou o comportamento de alguns vereadores no momento em que pautas importantes eram discutidas na Casa. “Os vereadores deveriam prestar mais atenção nos momentos em que os projetos são votados. Percebi um certo descaso em momentos importantes da sessão, gostaria que essa postura mudasse”.