O vice-prefeito de Ubatuba, Márcio Gonçalves Maciel (PSB), afirma que registrou nesta segunda-feira (03) um boletim de ocorrência na delegacia de Ubatuba contra a prefeita Flávia Pascoal (PL). O motivo, segundo ele, foi ter sido surpreendido com a troca de fechadura da sala que utilizava na prefeitura ao chegar ao local na manhã de hoje. Ainda de acordo com o vice, o assessor de chefia de gabinete, Alexandre Pastro, teria informado que a ordem partiu da prefeita.
Questionada sobre o caso, a Prefeitura de Ubatuba informou que “a sala que o vice-prefeito Márcio Maciel, o Marcinho, usava é do Fundo Social do Município há alguns anos. A administração solicitou que ele transferisse o seu gabinete para outra sala reservada especialmente para o vice”. A prefeitura disse ainda que Marcinho havia sido notificado oficialmente há cerca de um mês para fazer a mudança voluntária de sala.
Em entrevista ao portal Tamoios News, o vice-prefeito disse que os conflitos não começaram hoje. “Ela, na verdade, já está há tempo tentando me tirar do gabinete. Ela não quer que eu fique no gabinete, mas em alguns memorandos que ela me mandou, eu deixei claro que eu não sairia, porque eu e ela fazemos parte do gabinete e ela não foi eleita sozinha. Ela me proibiu de pegar o carro da prefeitura quando eu precisasse, até aí tudo bem porque eu uso o meu, não tem problema nenhum. Mas, para minha surpresa, eu cheguei de manhã para trabalhar, fui abrir minha porta mas não virava a chave, não fazia nada. Aí chamei o assessor do chefe de gabinete, que é o doutor Alexandre, e ele falou que foi uma ordem da Flávia, que trocaram a fechadura na sexta-feira. Aí eu saí, fiz o boletim de ocorrência e agora estou vendo juridicamente o que cabe, porque ela não pode fazer isso”, afirmou Márcio.
Ele disse que desde o início do mandato tenta contornar os atritos com a prefeita e que desde julho de 2021 as coisas pioraram. “Ficou insuportável, muito complicado, proibiu secretário de me atender e funcionário de passar coisas pra mim.”
Sobre os motivos que teriam levado a prefeita a romper com o vice, Márcio comentou que: “uns falam que é porque eu fui para São Paulo para conversar com o Márcio França para ficar com o partido, outros falam que é por outras coisas, mas eu não sei, até hoje ela não sentou para conversar comigo. Ela teve essa atitude, simplesmente rompeu, começou a chamar secretários para não me atenderem, começou a falar besteiras na cidade, que eu estava passando documentos para a Polícia Federal, mas nunca passei nada. E se eu pegar coisa errada, eu vou fazer”.
Durante a campanha nas eleições de 2020, Flávia e Márcio pareciam uma dupla unida, mas o rompimento se deu antes mesmo de completarem metade do mandato, que vai até 2023. Sobre isso, Márcio comenta que não conhecia a Flávia como vereadora, não tinha contato nenhum com ela, e que os dois não eram amigos até então. “Eu vinha como candidato a prefeito na eleição passada, aí me levaram para conversar com ela pra gente fazer um grupo forte para poder tentar ganhar a eleição, sentei e conversamos. As coisas que foram acordadas, ela não cumpriu nenhuma comigo. Aí ela simplesmente falou que queria que eu saísse do gabinete, que eu poderia ir pra praça 13 de maio, onde é o Procon, ficar em uma sala lá, mas eu não fui eleito para isso, minha sala é no gabinete, eu faço questão disso”, defendeu o vice, que é conhecido na cidade como “Marcinho da ACIU”, por ter sido presidente da Associação Comercial de Ubatuba (ACIU) por quatro vezes consecutivas até sair para concorrer como vice da prefeita Flávia em 2020.