O grupo de golfinhos Nariz-de-Garrafa foi avistado próximo à Ilhabela, nesta segunda-feira, 22. A equipe de monitoramento embarcado da Unidade de Estabilização de Animais Marinhos do Instituto Argonauta, localizada em São Sebastião, avistou um grupo de golfinhos Nariz-de-Garrrafa (Tursiops truncatus) durante as atividades do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), nesta segunda-feira, 22, próximo ao lado sul de Ilhabela.
As imagens foram capturadas pelo biólogo Manoel Albadejo, que estava a bordo da lancha Stenella, da equipe do Instituto Argonauta. Segundo o biólogo, esses golfinhos podem chegar a 3,9m de comprimento e pesar cerca de 500kg. Outra curiosidade é que os machos são um pouco maiores que as fêmeas.
Os adultos, geralmente durante disputas reprodutivas, podem morder uns aos outros, o que acaba causando muitas marcas, arranhões e cicatrizes. Essas cicatrizes ajudam a reconhecer os indivíduos facilitando sua identificação, o que permite estudar seus deslocamentos.
O Golfinho Nariz-de-Garrafa é a espécie mais capturada para estudos e treinada para espetáculos de acrobacias em cativeiros. Nos anos 60, um golfinho fêmea dessa espécie estrelou a série de TV norte-americana Flipper. “Essa espécie de golfinhos pode ser encontrada em toda costa brasileira. Mesmo assim, este é apenas o nosso terceiro registro desta espécie na região, desde o início do monitoramento embarcado em 2016”, declarou o biólogo Manoel.
O diretor presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, afirmou que “Essas imagens, além de proporcionarem um belo espetáculo e ser um estímulo ao turismo de observação, ainda nos ajudam na sensibilização das causas que defendemos”. Ele ainda faz um alerta: “Ao encontrar um animal marinho, o ideal é não se aproximar, pois, dependendo da espécie, pode se tornar agressivo caso se sinta ameaçado e também há uma legislação federal que determina os critérios de aproximação de embarcações”.
A interação com humanos é uma das principais ameaças à espécie. As redes de pesca, o choque com as embarcações de pesca e de recreio e a ingestão de lixo domésticos (plásticos) são os fatores que mais causam acidentes levando à morte e à mutilação desses animais.
Caso aviste um animal marinho vivo debilitado ou morto, ligue no: 0800 642 3341 ou (whatsapp) 12 99705.6506.
O Instituto Argonauta é responsável pelo monitoramento em mais de 154 quilômetros de praias no litoral Norte de São Paulo e também realiza o monitoramento embarcado em toda a extensão da costa entre os municípios Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização não governamental sem fins lucrativos fundada em 1998 pela diretoria do Aquário de Ubatuba e atua em projetos de resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, além de executar o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) no litoral Norte de São Paulo.
Sobre o PMP-BS
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. A Fase 1 do projeto é coordenada pela Univali, e executada pelo Instituto Argonauta na região do litoral Norte paulista
Para ajudar nesse trabalho de encalhes de aves, mamíferos ou tartarugas marinhas ligue para o PMP-BS 0800-6423341 ou diretamente para o Instituto Argonauta: (12)3833-4863 / (12)3834-1382 (Aquário de Ubatuba) / (12) 38335753 / (12) 99705-6506 – WhatsApp.