Na tarde deste domingo (10/12), a Vila Sahy, em São Sebastião, foi palco de um comovente ato de resistência e solidariedade, onde centenas de moradores se uniram em uma “Caminhada pela Paz”. Em um protesto pacífico, a comunidade expressou sua preocupação e descontentamento em relação ao projeto de reurbanização liderado pelo Governo do Estado de São Paulo, CDHU, em parceria com o Instituto Gerando Falcões.
O projeto, que propõe a demolição de 893 lares, 70% das casas, sob a alegação de riscos, tem gerado tensão e incertezas entre os moradores. A Vila Sahy, marcada por sua resiliência, enfrentou anteriormente desafios, como a tragédia causada pela maior chuva do Brasil em fevereiro de 2023, que resultou na perda de 64 vidas.
Hoje, a comunidade se encontra novamente sob ameaça. O governo, por meio de uma liminar, busca a demolição imediata das casas para iniciar um projeto de reurbanização, exacerbando a apreensão entre os residentes. A falta de transparência no processo e os desafios judiciais em curso ampliam as preocupações dos moradores.
A “Caminhada pela Paz” não apenas teve caráter religioso, mas também se transformou em um ato de resistência, ecoando as lutas sociais que a comunidade enfrenta desde a década de 90. Enquanto as orações ressoavam na praça, a esperança se entrelaçava com o desespero, refletindo a complexidade desse desafio urbano.
Neste momento delicado, os moradores da Vila Sahy clamam por respostas claras e objetivas e uma abordagem mais transparente por parte das autoridades responsáveis pelo projeto.
Fonte: Poio Estavski – Jornalista