Arquipélago foi utilizado até 2013 para exercício de tiros da Marinha, pressão de ambientalistas conseguiu transformar o local em um refúgio silvestre em 2016.
Por Salim Burihan
Segundo o Instituto Chico Mendes de Biodiversidades (ICMBio), das 30 operadoras de turismo cadastradas, 20 delas já estão autorizadas a promover visitas ao arquipélago de Alcatrazes. A visita ao arquipélago ainda não foi liberada oficialmente, o que deve ocorrer nos próximos dias.
RISW 2008
Segundo informações repassadas pelo analista ambiental do ICMBio, Apoena Calixto Figuerôa, falta ainda a instalação do sistema de poitas, que permitirá a aproximação das embarcações e o desembarque e embarque dos visitantes. Ainda não se tem informações sobre o número de embarcações que poderão visitar diariamente o arquipélago e nem, se futuramente, haverá cobrança de taxa nas visitas.
Os monitores que vão trabalhar nas operadoras nas visitas ao arquipélago foram capacitados. Das 200 pessoas inscritas, 100 participaram dos cursos teóricos. Essas pessoas serão responsáveis pela organização dos passeios, garantir a segurança e evitar impactos ambientais nas visitas.
A capacitação teórica foi realizada na Fundação Cultural e Educacional (Fundacc) de Caraguatatuba, com a colaboração do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMAR-USP), do Laboratório de Biologia e Conservação Marinha da Universidade Federal de São Paulo (LABECMAR-UNIFESP), da National Association of Underwater Instructors (NAUI), do Instituto Argonauta e da Marinha do Brasil.
Segundo informações da analista ambiental do ICMBio, Kelen Luciana Leite, não existe ainda uma previsão de quando as visitas serão iniciadas. Tudo indica que as visitas serão autorizadas somente após a conclusão das poitas.
Arquipélago
Alcatrazes é a segunda maior unidade de conservação marinha do Brasil. O local era utilizado para exercícios de tiros da Marinha até 2013. A pressão feita pelos ambientalistas fez com que o governo federal encerrasse os exercícios e liberasse a visitação turística ao arquipélago. O que era proibido antes. A pesca continua proibida no local.
O arquipélago de Alcatrazes, que fica na costa sul de São Sebastião, a 40 quilômetros da costa, foi oficializado como refugio de vida silvestre e, com isso, passou a ser totalmente protegida e liberada à visitação e mergulho. O local tem 67 mil hectares e 13 ilhas.
O arquipélago abriga uns dos maiores ninhais do país de fragatas, atobás e gaivotões e protege diversas espécies com risco de extinção, como jararaca, perereca e a rã de Alcatrazes.
A vegetação do arquipélago é caracterizada por áreas de Mata Atlântica e campos rupestres, com presença de espécies endêmicas como o antúrio e uma begônia.
Alcatrazes também é o principal local de abrigo, alimentação e descanso de tartarugas marinhas da costa de São Paulo. Em suas águas são encontradas cerca de 260 espécies de peixes, sendo considerada a região de fauna recifal mais conservada do Sudeste e Sul do Brasil.
Há intensa ocorrência de baleias e golfinhos, sendo ao todo 13 espécies registradas para o arquipélago, com destaque para a baleia de Bryde e o golfinho pintado do atlântico.
