Os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) divulgaram nesta sexta (23) a taxa preliminar do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES). Entre agosto de 2017 e julho de 2018, o sistema registrou aumento no desmatamento da Amazônia de 13,7% em relação aos 12 meses anteriores. Foram suprimidos 7.900 km2 de floresta amazônica, o que equivale a mais de cinco vezes a área da cidade de São Paulo. Essa é a maior taxa divulgada desde 2009, ano em que se registrou 7.464 km². Os estados que mais desmataram foram Pará (35,9%), Mato Grosso (22,1%), Rondônia (16,7%) e Amazonas (13,2%). “O aumento do desmatamento da Amazônia diminui a competitividade dos produtos brasileiros diante de um mercado global que busca produtos livres de desmatamento. Além disso, a destruição da Amazônia também prejudica o cumprimento dos compromissos que o Brasil assumiu no Acordo de Paris, de diminuição na emissão de gases de efeito estufa, e na Convenção sobre Diversidade Biológica”, afirma Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil. É essencial que haja a continuidade do monitoramento e da divulgação das informações fornecidas no PRODES. Só com elas a sociedade e o governo brasileiro podem cumprir o seu papel de acompanhamento e análise dos dados para exercer seu papel de monitorar e estimular avanços nas políticas públicas de combate ao desmatamento e de redução nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil. O monitoramento e transparência na divulgação dos dados é uma conquista da Ciência e da sociedade brasileiras. O Brasil se transformou em referência global pela criação do sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia e, sobretudo, por reduzir suas taxas. Apesar da intensificação dos esforços de fiscalização e apreensão dos produtos de atividades ilegais na Amazônia promovidas pelo governo brasileiro, a maior parte do desmatamento na Amazônia continua sendo feito por atividades ilegais, que segue impune na justiça brasileira. Nesse sentido, o combate ao desmatamento ilegal deve ser a prioridade. Estamos destruindo o motivo de maior orgulho nacional. O combate à impunidade, que defenda o patrimônio do país, deve ser prioridade da Justiça do Brasil. A Amazônia nos presta serviços ambientais inestimáveis: a biodiversidade, a umidade imprescindível para a formação das chuvas que caem também no centro-sul do país, a contribuição para a regulação do clima, a minimização dos impactos de eventos climáticos mais drásticos, entre outros. Para manter esses e outros serviços ambientais à sociedade, é fundamental combater o desmatamento e a degradação florestal com rigor. Sobre o PRODES O mapeamento utilizou imagens do satélite para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores do que 6,25 hectares. Foi considerado como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura utilização dessas áreas. |
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