O agrônomo e ex-deputado Xico Graziano não é mais secretário de Meio Ambiente de Ilhabela, cargo que ocupou desde o início do atual mandato do prefeito Toninho Colucci (PL) em 2021.
Nesta quarta-feira (02/02), ele se manifestou por meio de postagem em redes sociais, comentando a saída. No texto, sem entrar em detalhes, ele afirma que sua saída tem motivações éticas, e não políticas. “Saí para preservar minha história de vida”, escreveu o ex-secretário.
Ele nega que a saída tenha relação com a campanha presidencial do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), a quem Graziano manifesta admiração e apoio.
Graziano se queixa que “sentia falta de maior respaldo superior na luta contra os predadores ecológicos”, afirma que apanhou no jogo político dos poderosos, “mas com gosto, e quieto, os enfrentava, até que rompeu a confiança”.
Ele também escreveu que não é apenas o meio ambiente que precisa ser protegido em Ilhabela. “Eu vi muita pobreza e miséria humana nesse paraíso da Mata Atlântica. Vi nos bairros, vi nas comunidades tradicionais. Essa gente simples carece de mais atenção, merece ter maior qualidade de vida.”
Leia a seguir o texto publicado por Xico Graziano na íntegra:
Com tristeza, deixo meu trabalho em Ilhabela. Dediquei-me, com afinco, à gestão ambiental na Prefeitura. Minha experiência ajudou a enfrentar resistências, e logramos avanços significativos. Plantamos uma semente fértil.
Agradeço à minha dedicada equipe, aos bons companheiros do secretariado, ao apoio da sociedade civil. Diariamente, nas redes sociais, nas ruas, nos encontros, muitos me direcionavam uma palavra encorajadora. Eu me animava, vestia meu chapéu e partia para defender a natureza.
Confesso, porém, que sentia falta de maior respaldo superior na luta contra os predadores ecológicos. Apanhei no jogo político dos poderosos. Mas com gosto, e quieto, os enfrentava. Até que rompeu a confiança.
Que fique claro: minha saída pouca relação deve à campanha presidencial de Sérgio Moro, a quem admiro e apoio. Razões éticas, e não políticas, colocaram-me fora da Prefeitura.
Saí para preservar minha história de vida.
Permitam-me, olhando para a frente, dizer que não é apenas o meio ambiente que precisa ser protegido na Ilhabela. Eu vi muita pobreza e miséria humana nesse paraíso da Mata Atlântica. Vi nos bairros, vi nas comunidades tradicionais.
Essa gente simples carece de mais atenção, merece ter maior qualidade de vida. Com tanto dinheiro público sobrando, com tanto turista rico por aqui passeando, doe ver a miséria instalada em tantas famílias.
Ilhabela não precisa de grandes, e polêmicas, obras. Mas precisa sim de um olhar humano, de políticas emancipadoras, de educação, civilidade, respeito aos direitos, justiça social.
Contem comigo, mesmo fora do governo local, para tornar nossa Ilhabela um exemplo de proteção da natureza e plena cidadania.
