Cultura

Filme Rio-Santos: atriz Cristina Prochaska revela os bastidores das gravações em Ubatuba

Tamoios News
Renan Hackradt Rêgo
Renan Hackradt Rêgo

Cena do filme

Em entrevista exclusiva, Prochaska desabafa: “não sou ex-global, sou uma artista que passou muitos anos trabalhando lá. Meu caminho eu mesma desenho”

Por Raell Nunes, de Ubatuba

 

O filme Rio-Santos, de Klaus Mitteldorf, teve uma série de gravações feitas em Ubatuba. O longa-metragem tem a participação de muitos atores consagrados no meio artístico nacional, entre eles, Dan Stulbach, Fernando Alves Pinto e a sensação das novelas da TV Globo no momento, Bruna Marquenize.

A Atriz ubatubense, Cristina Prochaska também participou da obra cinematográfica e em entrevista ao Portal Tamoios News deu detalhes do trabalho.

Cristina começou sua carreira como repórter, foi apresentadora e esteve em diversas participações no cinema, teatro e na televisão brasileira.

Junto com Lala Deheinzelin, protagonizou o primeiro casal homossexual feminino das telenovelas nacionais, na épica produção de 1988, a Vale Tudo.

Um episódio na carreira de Cristina como repórter marcou sua vida para sempre, que ela gosta de repetir quando é entrevistada. Era um baile de Carnaval que ela cobrira para emissora Bandeirantes, junto com Ótavio Mesquita. No momento do fechamento da matéria, havia uma mulher seminua dançando atrás da repórter.

Para o telespectador não se assustar, o diretor disse: “fecha na Prochaska”. O cinegrafista interpretou erroneamente o comando e, ao invés de fechar o enquadramento na jornalista, focou na genital da dançarina.

Além de comentar os bastidores das gravações do longa Rio-Santos, a atriz também fez um desabafo ao Poder Público caiçara e àqueles que ainda a enxergam como ex-global.

Tamoios News (TN) – Como foi gravar o filme Rio-Santos e atuar com esse elenco?

​Cristina Prochaska (CP) – Este filme está na cabeça do Klaus Mitteldorf há muitos anos. Somos muito amigos e ele é um pioneiro do surf em Ubatuba. Pouca gente sabe disso, mas o Klaus levou imagens de Ubatuba para o mundo todo. Depois de quase uma década, ver este filme sair do roteiro, do papel e ser realizado me trouxe uma gigante satisfação pessoal, pela minha ligação com a história e com ​Ubatuba, cidade onde comecei minha vida e estamos na quarta geração de família.

Trabalhar com o Klaus, Fernando Alves Pinto, Dan Stulbach e a querida Bruna Marquezine, no primeiro filme dela, foi muito bacana. Além disso, o Klaus escreveu uma cena que muitos amigos, surfistas de São Paulo e Ubatuba, fizeram parte. Foi emocionante. Juntar amigos de mais de 40 anos foi demais. Inesquecível.

TN – Você acredita, em relação às gravações feitas em Ubatuba, que deveria ter mais apoio do poder público por se tratar de cultura?

​CP – A Prefeitura de Ubatuba deu apoio e autorizações e foi só. Um filme que fala de “Ubatuba” o tempo todo, que mostra a cidade como nunca foi mostrada, deveria ter tido mais suporte, mas fazer o que né? Esta gestão não gosta de cultura. Não entende a cultura como meio de ​geração de emprego e renda. Deixa um teatro fechado. Sem palavras para a falta de visão institucional e social da cultura como legado fundamental para o município.

TN – Comente como foram os bastidores das gravações de Rio-Santos.

​CP – Foi bastante cansativo, mas a vida artística é assim mesmo. São horas para preparar cada cena e o Klaus é muito meticuloso e tenho certeza que as pessoas vão sentir toda a emoção que este filme revela. A equipe da produtora Coração da Selva é super profissional e trabalhar com eles foi maravilhoso.

​Acredito que este filme terá carreira internacional. Cinema de primeira! Um lindo roteiro, com personagens muito bem desenhados e atores maravilhosos. A fotografia será excepcionalmente bela. O Klaus é um dos melhores fotógrafos do mundo, sem dúvida​.

TN – Você já é uma atriz experiente e nacionalmente conhecida. No entanto, você aprendeu algo novo participando do filme?

​CP – Um artista nunca sabe de tudo. Nunca está pronto. Essa é a essência de um artista: a busca constante de aprimorar nossa ferramenta. Estamos em constante crescimento. O objetivo é sempre ser melhor, dar o melhor de si, estar aberto para aprender a cada trabalho. Um artista nunca está “completo”. Cada trabalho realizado é uma escola. Cada cena, cada peça de teatro, cada foto, cada filme, sempre em crescimento. ​Sempre aprendendo.

TN – Qual será seu próximo passo no meio artístico? E em Ubatuba, pretende fazer algo?

​CP – Continuo trabalhando como atriz, mas hoje só faço teatro e cinema. Quero ficar em Ubatuba. Passei mais de 35 anos fazendo TV. Se aparecer algo pequeno em televisão, eu topo. Mas ficar meses em estúdio não é mais o que eu quero para mim.

Estou ensaiando uma peça de Tenesse Willians, com a Lu Nunes e o Vittorio Collachio, artistas de Ubatuba.​ Devemos estrear em dois meses. Muitas pessoas se referem a mim como “ex-global”, acho isso uma bobagem.

A televisão teve importância em parte da minha vida como atriz e eu também trabalhei em várias emissoras de televisão. Não sou “ex-globlal”,  sou uma artista que passou muitos anos trabalhando lá. Meu caminho eu mesma desenho. Estou muito feliz em voltar para casa e lutar pela cultura de Ubatuba que é tão rica e diversa.

Sou fotógrafa desde os 15 anos e a fotografia é muito importante para mim e me fortalece como artista. Tenho uma pequena produtora aqui em Ubatuba, a Virô Produção, fazemos vídeo clipes, produzimos comerciais. Estamos trabalhando o tempo todo.

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