O Comitê União dos Atingidos é um movimento criado devido as fortes chuvas que aconteceram no feriado do carnaval nas cidades do Litoral Norte, principalmente em São Sebastião, onde 64 pessoas perderam suas vidas e milhares ficaram desabrigadas e desalojadas.
E nesta quarta-feira 19 de abril, data em que completa dois meses dessa tragédia, o movimento está organizando um “ato por memória e luta”, às 10h em frente à Prefeitura de São Sebastião.
O movimento é composto pelo Coletivo Caiçara de São Sebastião, Ilhabela e Caraguatatuba, Associação de Favelas de SJC, Campanha Despejo Zero, lideranças eleitas em assembleia popular nos bairros, Instituto Polis, Conecta Direitos Humanos e Rede Jubileu Sul Brasil.
Preocupados com o descaso das autoridades nas áreas da educação e saúde metal e com os projetos para moradias populares que estão sendo apresentados pelo Governo do Estado de São Paulo, o Comitê União dos Atingidos apresenta algumas reivindicações:
– Não à verticalização de São Sebastião: O Governador do Estado de São Paulo propõe moradias populares em prédios de 5 andares (verticalização até 15 metros de altura). Queremos casa, não apartamentos. Na região já existem casas construídas pelo CDHU.
– Moradias fora de áreas alagadas e áreas de risco: Quais os projetos pensados nessas áreas? O Comitê quer acompanhar e participar dos diálogos com as autoridades e com a comunidade. Quais outras áreas a população acha que podem ser feitas as moradias? É preciso uma consulta popular sobre onde serão as áreas destinadas às moradias.
– Descaso com as escolas Estaduais e Municipais: A Escola Estadual Plinio Gonçalvez em Juquehy, continua em estado de calamidade com árvores, e a lama dos deslizamentos, as crianças estudam meio aos escombros (1º a 3º Ensino Médio e EJA). São crianças e adolescentes atingidos, necessitam de atenção com a saúde mental pós tragédia. Frequentar essas escolas é uma violência aos alunos além de transmitir insegurança. A estrutura educacional pública da cidade de São Sebastião após essa tragédia está catastrófica, com escolas sucateadas e salas de aulas superlotadas.
– Por Laudos Estaduais: A maioria das pessoas atingidas não receberam laudo inviabilizando o auxílio moradia dentre outros. Os laudos são um direito dessas famílias atingidas e algumas estão pagando o laudo conforme orientação do governo municipal. Queremos prazos e transparência.
– Pela Prestação de Contas dos Milhões Arrecadados: Queremos transparência e prestação de contas da Prefeitura, Fundo Social, Governo do Estado, Associações e ONGs sobre as doações e empréstimos públicos (royalties) recebidos.
– Por Cuidados à Saúde Mental e Física da População Atingido: O trauma e o medo ainda paira sobre todos os atingidos, muitos vivendo ainda em meio à lama. Queremos atendimento público e gratuito permanente.
Redação/Tamoios News
