O valor da tarifa dos ônibus urbanos em São Sebastião irá subir de R$3,80 para R$4,50. A do chamado “expressinho” vai de R$2 para R$2,50. A previsão é de que os valores sejam reajustados a cada 12 meses, como forma prevista no Edital e Contrato.
Quem depende de ônibus todos os dias não concorda com o aumento, como Jéssica de Lima, que utiliza diariamente o transporte público para trabalhar. “Nossa, já é ruim, com esse aumento vai piorar mais ainda. Pago R$3,80, total de R$7,60 todo dia, isso quando eu não pego lotação quando o ônibus atrasa, que eles cobram 5 reais. Sem falar que vai tá lotado, se normal já é lotado todo dia, com os ar-condicionado pingando água na gente, aí agora vai piorar.”
Paolla Pacini também utiliza os ônibus com certa frequência, e concorda que o serviço prestado precisa melhorar: “eu uso quase todos os dias, até que estava bom, mas depois a qualidade caiu. Tem que melhorar ainda, eles marcam um horário mas nunca sai e nem aparece no horário previsto, isso é um absurdo. Eu acho uma injustiça, ainda mais quando diz que vai aumentar a passagem, deixar as pessoas que trabalham o dia todo esperando no ponto de ônibus para o ônibus não vir”.
Com a redução de linhas será implantado o sistema de bilhete único, que é a integração de algumas linhas, e será válido por duas horas.
Porém, o usuário irá pagar a diferença nos casos em que a segunda linha custar mais caro que a primeira. O bilhete também não poderá ser usado para retorno.
Mas, para Jéssica, será difícil utilizar o bilhete único: “até o ônibus vir, você conseguir pegar outro, o bilhete não vai valer mais, porque a demora é grande. Sem falar que vamos ter que ir até a rodoviária pra conseguir pegar o ônibus pra Costa Sul. E é um pior que o outro, todos sujos, as cordinha pra dar o sinal muitas das vezes estão quebradas, ônibus velhos que não consegue nem subir o morro da Praia Grande e lotados”, lamenta.
Em live, nas redes sociais nesta semana, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, disse que o contrato de ônibus passou por auditoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, pelo Ministério Público e que foi amplamente discutido, inclusive em audiências públicas.
“Esses aumentos tarifários estão previstos sim, a tarifa de ônibus não é reajustada em São Sebastião há mais de 10 anos, portanto existe uma defasagem. Nós incluímos nessa concessão o subsídio, portanto, a prefeitura vai subsidiar a passagem, como é feito em diversos municípios do Brasil, então nós estamos tomando cuidado com isso”, relatou.
Felipe Augusto informou ainda que, apesar do diesel ter aumentado nos últimos meses, os aumentos não foram repassados para a tarifa.
Sobre o cancelamento das linhas, o prefeito afirmou que o contrato de concessão foi elaborado com muito critério: “inclusive atendendo as recomendações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que orientou o município a contratar uma auditoria em todo o sistema de transporte municipal. As linhas que foram descartadas, que foram excluídas, são linhas que não têm movimentação. Se uma pessoa ou outra pegava, não ia justificar a manutenção de uma linha. Então, todas as decisões tomadas foram em caráter técnico e extremamente estudadas”, finalizou.
De acordo com a empresa Sancetur (Sou São Sebastião), única a apresentar proposta para a licitação, a retirada das linhas previstas não vão ocorrer nesse momento. O prazo de vigência da nova concessão do transporte público de São Sebastião será de 15 anos, podendo ser prorrogado por mais 15.
Por Redação Tamoios News
