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São Sebastião: História de avião que fez pouso forçado no mar vira atração na Praia da Baleia

Tamoios News

A roda de um avião, que fez um pouso forçado na Praia da Baleia em 1957, vem se transformado em uma atração turística interessante na Praia da Baleia, na costa sul de São Sebastião. A peça, resgatada pela Sabaleia(Sociedade Amigos da Praia da Baleia), está exposta na praia e tem chamado a atenção dos visitantes.

Ela pertenceu a um avião, que fez um pouso no mar em 1957, entre a Baleia e a Ilha das Couves, salvando 39 pessoas, entre pilotos, tripulantes e passageiros. Vale a pena relembrar esse acidente, considerado por especialistas, como um dos mais raros na história da aviação brasileira.

Avião após pousar na Praia da Baleia em 1957

A história do acidente, que deve ser transformada em um livro, é realmente muito interessante, pois é fato raro na aviação, um avião fazer um pouso forçado no mar, sem danos a aeronave, sem afundamento dela e sem vítimas.

O acidente ocorreu no dia 4 de novembro de 1957. O avião da extinta Real Aerovias, um DC4, com quatro motores a hélice e capacidade para 54 passageiros, seguia de São Paulo para Miami(EUA), antes teria uma escala no Rio de Janeiro.

O avião decolou de Congonhas com 30 passageiros e oito tripulantes. Vinte minutos após a decolagem, um dos motores se incendiou. O alarme soou e deixou todos os ocupantes desesperados. Os tripulantes tentaram controlar o fogo com extintores, mas o motor acabou caindo.

O motor que caiu ainda bateu no leme profundor do lado esquerdo, criando grande dificuldade para o controle do avião. O voo continuou, como se estivesse dentro de uma área de forte turbulência.

No DC-4, fabricado pela empresa americana Douglas Aircraft, construído na década de quarenta, o tanque ficava na própria asa, o que aumentava o risco de explosão.

O avião estava sobrevoando o mar, entre Santos e Rio de Janeiro, quando o piloto optou em tentar um pouso forçado no mar. O local escolhido foi a Praia da Baleia, diante da Ilha Couves, no município de São Sebastião.

No mapa, o local do pouso do avião

O avião desceu em círculos, o trem de pouso ficou recolhido e o pouso foi perfeito. O avião deslizou sobre a água do mar e ficou boiando.

O avião estava inteiro e sem risco de incêndio ou explosão. As janelas de emergência sobre as asas tinham sido abertas, e os passageiros, com os coletes salva-vidas infláveis, saíram e ficaram sobre a asa. Ali eles esperaram, na expectativa de serem levados para a praia, a 300 metros de distância.

Os pescadores da região, com barcos a remo, retiraram os ocupantes e tripulantes. Ocorreram ferimentos em algumas pessoas, mas nada de muita gravidade.

Meia hora depois um avião militar, que coincidentemente passava na região, viu a cena e pousou na areia da praia. Após a verificação de que a situação estava sob controle, este avião decolou, levando o comandante do avião da Real para São Paulo.

A empresa, junto com a Aeronáutica, procurou uma solução para o transporte de passageiros até São Paulo. Em 1957 ainda não existia a estrada Rio Santos.

Um pequeno barco cargueiro, de nome Itanhaém, foi contratado, para transportar os passageiros e tripulantes do avião até Santos. A roda da aeronave, que os turistas podem ver na praia, relembra um dos acidentes mais incríveis da aviação brasileira.

 

6 Comentários

  • Eu fiquei tentando entender como os tripulantes tentaram apagar o incêndio em uma das turbinas com extintor de incêndio. Tipo, alguém abriu uma janelinha, colocou o corpo pra fora e ficou lá apontando o extintor, é isso? 🙂

  • Existe a bordo destas antigas aeronaves, um mecânico denominado engenheiro de voo, ele monitora e ajuda a controlar a aeronave em momentos críticos como pouso e decolagem. E é ele que aciona os extintores que estão embutidos nos motores!

  • Toda as aeronaves de grande porte (algumas pequenas também) possuem um sistema de alerta e contra incêndio, quando o piloto confirma a presença de fogo em um dos motores, o sistema pode ser acionado, de forma que ocorra uma ou mais descargas de produtos químicos capazes de debelarem o fogo. Tudo ocorre com comando de dentro da cabine. No momento que o piloto seleciona o motor que está com problema, o sistema automaticamente desliga o combustível, a pneumática, a hidráulica e a eletricidade deste motor, minimizando a possibilidade de o incêndio aumentar, ou mesmo se alastrar.

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